MNE diz que candidatura ao Conselho de Segurança da ONU gera "expectativa muito positiva"
20 de set. de 2022, 08:53
— Lusa/AO Online
Em
declarações à agência Lusa e à Antena 1, em Nova Iorque, o ministro
João Gomes Cravinho referiu que tem tido "contactos com países de todo o
mundo" à margem da 77.ª sessão da Assembleia Geral da Organização das
Nações Unidas (ONU).Só na segunda-feira,
reuniu-se com os seus colegas do Gana, da Gâmbia, de São Vicente e
Granadinas, do Egito e da República Centro-Africana, entre outros
países, e irá prosseguir as reuniões bilaterais durante toda a semana.Segundo
João Gomes Cravinho, "há uma expectativa muito positiva" em relação à
candidatura de Portugal a um lugar de membro não-permanente do Conselho
de Segurança da ONU no biénio 2027-2028."Aquilo
que posso concluir das conversas de hoje é que há uma expectativa muito
positiva, porque olham para Portugal como um construtor de pontes, um
país que sabe dialogar com países muito diversos, das outras partes do
mundo", reforçou.O ministro salientou, por
outro lado, que esta semana da Assembleia Geral da ONU "é uma
oportunidade para contactar com países com experiências muito diversas" e
para "compreender aquilo que são para esses países, muito diferentes,
de diferentes partes do mundo, os grandes problemas internacionais com
que se confrontam".João Gomes Cravinho deu
como exemplo a invasão da Ucrânia pela Federação Russa, uma guerra que
tem consequências económicas globais, mas "não é necessariamente a
questão mais importante para países em outras partes do mundo"."Uma
parte muito importante do diálogo com esses países é procurar
identificar maneiras de desenvolvermos uma abordagem comum",
acrescentou.O Conselho de Segurança,
criado para manter a paz e a segurança internacionais em conformidade
com os princípios das Nações Unidas, é um órgão com cinco membros
permanentes, com direito de veto: Estados Unidos, Federação Russa,
França, Reino Unido e República Popular da China.Todos
os anos, a Assembleia Geral elege cinco de um total de dez membros
não-permanentes, que, nos termos de uma resolução da ONU, são
distribuídos da seguinte forma: cinco africanos e asiáticos, um da
Europa de Leste, dois da América Latina, dois da Europa Ocidental e
outros Estados.Portugal já foi membro não-permanente do Conselho de Segurança da ONU em 1979-1980, 1997-1998 e 2011-2012.A
Alemanha e a Áustria são também candidatas a integrar o Conselho de
Segurança em 2027-2028. As eleições para os lugares a ocupar nesse
biénio irão realizar-se em 2026.Em janeiro
de 2013, o então ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas,
anunciou que Portugal iria apresentar uma nova candidatura ao Conselho
de Segurança para um mandato em 2027-2028 e pediu aos diplomatas
portugueses que começassem desde logo a trabalhar nesse objetivo."Para
quem pensa que ainda é muito longe, lembrem-se que sempre que fomos
eleitos começamos a trabalhar muito cedo", disse na altura Paulo Portas,
num seminário diplomático em Lisboa.Em
setembro do ano passado, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de
Sousa, pediu a confiança dos Estados-membros da Assembleia Geral das
Nações Unidas para um mandato de Portugal no Conselho de Segurança em
2027-2028."Nós não mudamos de princípios. E
manteremos também o mesmo rumo, no caso de nos darem a vossa confiança
para um mandato no Conselho de Segurança, daqui a cinco anos", afirmou
Marcelo Rebelo de Sousa, na 76.ª sessão da Assembleia Geral da ONU, em
Nova Iorque.