MNE disponível para diálogo com sindicato que marcou greve nos postos consulares
21 de nov. de 2022, 16:47
— Lusa/AO Online
Questionado
pela Lusa sobre a greve decretada pelo STCDE - Sindicato dos
Trabalhadores Consulares, das Missões Diplomáticas e dos Serviços
Centrais do Ministério dos Negócios Estrangeiros contra, entre outros
temas, “a inércia do Governo em aprovar novas tabelas salariais
aplicáveis a todos os trabalhadores”, o MNE mostrou-se empenhado no
diálogo.“A valorização dos profissionais
da área governativa dos Negócios Estrangeiros está no centro da atenção
deste ministério, ciente de que a formulação, coordenação e execução da
política externa portuguesa, em todas as suas dimensões, assenta em
recursos humanos reforçados e reconhecidos”, refere o MNE.E
prossegue com os resultados do trabalho realizado, nomeadamente a
aprovação da portaria n.º 790/2022, que vem publicar as percentagens de
correção cambial para o segundo semestre de 2022.A
portaria relativa às perdas acumuladas do Brasil, que será brevemente
publicada, foi hoje consensualizada, segundo o MNE português.Em
relação ao novo mecanismo de correção cambial, “que vai ao encontro das
reivindicações dos funcionários”, este “foi entregue ao Sindicato dos
Trabalhadores Consulares e das Missões Diplomáticas para auscultação e
comentários”.O MNE assinala “a
continuidade do trabalho para a revisão das tabelas salariais, cuja
proposta está a ser articulada com outras áreas governativas, após a
qual se dará início, de imediato, a uma negociação”.Segundo
o STCDE, foi precisamente após a reunião com o secretário de Estado das
Comunidades Portuguesas, Paulo Cafôfo, que o sindicato decidiu avançar
para a greve.Deste encontro, disse, os
representantes sindicais saíram com “uma mão cheia de nada”, o que os
levou a abandonar as negociações, que decorrem “há mais de dois anos”.“Não
podemos estar num diálogo de mudos”, afirmou o secretário-geral adjunto
do STCDE, Alexandre Vieira, acusando o Governo português de não
concretizar os acordos que foram feitos nos últimos tempos, em várias
matérias.Sobre a greve, que decorrerá
entre 05 de dezembro deste ano e 12 de janeiro de 2023, o sindicalista
admitiu que “é longa”, a primeira a ser marcada nos últimos 10 anos, e
que vai causar “um caos tremendo, que já existe com a falta de recursos
humanos, mas vai haver um caos em todos os postos”.“Esta
greve vai afetar, mas muito, as comunidades portuguesas espalhadas pelo
mundo”, referiu, acrescentando: “O Governo tem até dia 05 para resolver
esta situação”.