Autor: Lusa/AO Online
“Portugal tomou a decisão de pedir o regresso do embaixador e da embaixada a Kiev logo que houver condições”, revelou João Gomes Cravinho à saída de uma reunião dos chefes de diplomacia da União Europeia, no Luxemburgo.
O ministro considerou que se trata de “um sinal político muito importante” e que “tinha sido pedido pelo presidente [ucraniano, Volodymyr] Zelensky e também pelo Alto Representante [da UE, Josep] Borrell, na sequência da visita que ele e a presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, fizeram na passada sexta-feira a Kiev”.
“E, portanto, iremos retomar atividades em Kiev logo que haja condições para isso, espera-se que para breve”, disse.
Questionado sobre se tal se produzirá então dentro de dias ou semanas, o chefe da diplomacia respondeu que “mais provavelmente semanas, porque primeiro está em curso por parte de vários países, e pela própria EU, uma análise da situação de segurança”.
“Mas logo que houver condições, esperemos que seja para breve, a nossa embaixada regressará a estar plenamente funções em Kiev”, reforçou.
Este anúncio ocorre depois de, na passada sexta-feira, em Kiev, o Alto Representante para a Política Externa e de Segurança ter anunciado o regresso do embaixador da União Europeia à capital ucraniana, para que o bloco europeu e a Ucrânia possam “trabalhar juntos de forma ainda mais direta e estreita”.
“A União Europeia volta a Kiev. Digo-o literalmente: o nosso chefe de delegação voltou a Kiev, para que possamos trabalhar juntos de forma ainda mais direta e estreita”, anunciou Josep Borrell.
À saída da reunião ministerial de hoje, Gomes Cravinho anunciou também, “no tocante ao apoio militar que tem sido pedido por Kiev”, que “Portugal fará a sua parte”, com o envio de material suplementar.
“Portugal continuará a dar apoio militar. Já foram enviados dois voos de equipamento militar e um terceiro irá para breve”.
Na passada quinta-feira, por ocasião de uma reunião de chefes de diplomacia da NATO, em Bruxelas, que contou com a presença do ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmytro Kuleba, João Gomes Cravinho já adiantara que Portugal iria corresponder ao pedido deste, que solicitou aos Aliados “armas, armas, armas” para ajudar a Ucrânia a defender-se da agressão militar russa, e quando se antecipa uma grande ofensiva a Leste, na região do Donbass.
“Portugal
irá corresponder ao pedido do ministro Kuleba, nomeadamente em termos
de envio de mais armamento e munições. Não temos armas pesadas que
possamos fornecer, outros países terão e nós, coletivamente, vamos
apoiá-los”, declarou então Gomes Cravinho.