Ministros da UE iniciam hoje negociações sobre possibilidades de pesca para 2025

9 de dez. de 2024, 10:06 — Lusa/AO Online

Em causa está a definição dos totais admissíveis de capturas (TAC) e as respetivas quotas por Estado-membro para as diversas espécies e unidades populacionais geridas pela Comissão Europeia.A proposta – divulgada pelo executivo comunitário a 31 de outubro -, prevê cortes nomeadamente no goraz, uma espécie de profundidade, em águas dos Açores e que Portugal quer contrariar, defendendo que a arte de pesca praticada – de salto e vara – é tradicional e muito seletiva, não resultando na sobrepesca.Portugal quer ainda um aumento da pesca de atum-patudo nos Açores e Madeira, para as 73 mil toneladas, com a atribuição de uma quota específica para as regiões autónomas.Lisboa defendeu ainda a criação de uma nova estratégia de gestão do espadarte norte, com um aumento nas capturas para as frotas nacionais.Em declarações à Lusa, o ambientalista da Sciaena Gonçalo Carvalho adiantou que a organização apoia “uma diferenciação positiva em termos de distribuição de quota para as frotas de salto e vara dos arquipélagos da Madeira, Açores e Canárias”.Isto, explicou, porque são artes muito seletivas, com baixo impacto e quase nenhuma pesca acessória.A reunião inicia-se hoje, com uma primeira ronda negocial sobre as pescas, passando depois para temas de agricultura.Na terça-feira, os ministros voltam ao tema dos TAC e quotas, em negociações que normalmente se arrastam pela madrugada.Portugal está representado pelo ministro da tutela, José Manuel Fernandes, e a secretária de Estado das Pescas, Cláudia Monteiro de Aguiar.