Ministro reconhece que diploma sobre recuperação do tempo de serviço exclui "milhares de docentes"
7 de jun. de 2024, 11:09
— Lusa/AO Online
"A
recuperação do tempo de serviço que tem sido feita agora deixa de fora
milhares de docentes. Se tivesse sido feita há oito anos muito mais
seriam" contemplados, disse Fernando Alexandre, em declarações à agência
Lusa, à margem da sessão comemorativa do 45º aniversário do Instituto
Politécnico de Santarém, em Rio Maior, quando questionado sobre as
críticas da Fenprof ao facto do acordo deixar muitos professores de
fora.O secretário-geral da Fenprof, Mário
Nogueira, reconheceu que o diploma é positivo para milhares de
docentes, mas deixa muitos outros de fora, como é o caso dos que estão
nos três últimos escalões, que “não recuperam nada ou apenas parte” do
tempo trabalhado.As cinco estruturas
sindicais que não assinaram o acordo para a devolução faseada dos seis
anos, seis meses e 23 dias de tempo de serviço até 2027, proposta pelo
Governo, estiveram reunidas hoje no Ministério da Educação para uma
reunião de negociação suplementar.Fernando
Alexandre afirmou que a negociação decorreu "sem novidades", referindo
que o diploma está fechado e que o Ministério já está a trabalhar na sua
regulamentação."O diploma está fechado,
estamos a trabalhar na regulamentação, o objetivo é resolver um problema
que se arrastou há muitos anos", disse.Fechado
o diploma, explicou, o foco agora passa por resolver outros "problemas
do sistema educativo", nomeadamente a mobilidade por doença e a situação
do pessoal não docente que são "prioridades" para o Ministério."Estamos
agora a trabalhar em muitos problemas que continuam a existir no nosso
sistema educativo em particular a mobilidade por doença, que foi um tema
levantado logo na primeira reunião que fizemos, bem como o pessoal não
docente, que não foi considerado nesta negociação, mas que também é uma
prioridade" afirmou., Mário Nogueira,
condenou a ausência do ministro Fernando Alexandre na reunião,
criticando ainda os sindicatos que, no mês passado, assinaram o acordo,
argumentado que “poderiam ter ido muito mais longe”.Sobre
a ausência, o ministro referiu há "uma delegação de competências ao
secretário de Estado para as negociações sindicais", salientando que é
"uma prática comum".Questionado sobre a
decisão da Fenprof de levar à Assembleia da República o diploma sobre a
recuperação do tempo de serviço dos professores, Fernando Alexandre
considerou este procedimento "normal" e que os sindicatos estão a
"exercer os seus direitos".No final da
reunião de negociação suplementar, Mário Nogueira reconheceu que o
diploma é positivo para milhares de docentes, mas deixa muitos outros de
fora, como é o caso dos que estão nos três últimos escalões, que “não
recuperam nada ou apenas parte” do tempo trabalhado.A
Fenprof vai agora enviar o diploma para “apreciação parlamentar para
melhorar o projeto e para a Provedoria da Justiça, para requerer uma
fiscalização de constitucionalidade”.O
Governo, por sua vez, considerou que este é um dossier que está
encerrado, avançando agora para a publicação do diploma e sua
implementação.