Ministro português defende pesca sustentável após acordo na UE
18 de dez. de 2019, 10:56
— Lusa/AO Online
“Tem
de haver uma redução e temos que encontrar alternativas”, porque “não
podemos estar a assumir que pescamos um manancial, ou um ‘stock’, acima
daquilo que determina o seu futuro, e isso eu não o faria”, explicou.“Os
ajustamentos que fizemos foi para criara oportunidades de pesca dentro
daquilo que era as recomendações e as expectativas do setor”, sublinhou,
admitindo que os stocks estão a melhorar, salientando haver “muitos
mananciais ainda em crise”, defendendo boas políticas de gestão que os
defendam.No global, as possibilidades de
pesca aumentaram 17% em 2020, face a este ano, tendo, nomeadamente, o
corte de 50% proposto para o carapau nas águas nacionais ter sido
revertido numa subida de 24% e os de 20% na pescada terem sido revistos
para os 5%, respeitando, garantiu Ricardo Serrão Santos, os pareceres
científicos que demonstram o bom estado das unidades populacionais.Também
os limites de captura de linguado foram diminuídos para uma redução de
20%, face aos 40% propostos em outubro pela Comissão Europeia.No
que respeita ao bacalhau – espécie em que as capturas por pesqueiros
portugueses só representam 4% do consumo – foi aprovado um ligeiro
aumento (1%) nas águas norueguesas de Svalbard, mas uma redução de 51%
na zona NAFO (Atlântico Noroeste).Em
relação ao objetivo da Política Comum das Pescas de acabar com a
sobrepesca em 2020, Serrão Santos, alertou para a necessidade de ter que
se “pensar num pós-2020”.“No
Mediterrâneo, a situação está tão problemática que é impossível atingir o
rendimento máximo sustentável para 2020 para muitos mananciais”, disse,
lembrando que é uma situação que está prevista na legislação.Gonçalo
Carvalho, da ONG Sciaena, sublinhou, por seu lado, o incumprimento do
objetivo, que não poderá passar impune e salientou estar “desapontado
com os números finais”.As negociações das
possibilidades de pesca começaram na segunda-feira e terminaram na
madrugada de hoje depois da tradicional ‘noitada’ negocial que este ano
se deveu a “questões técnicas nos mares Báltico e Céltico”, disse Serrão
Santos.