Ministro do Trabalho fala em “evolução positiva” na redução da pobreza
30 de jan. de 2018, 18:22
— Lusa/AO online
"É
uma evolução positiva, ainda que tenhamos vivido um agravamento da
situação [durante os anos da crise]", disse José António Vieira da
Silva. O
ministro está em Nova Iorque, para participar na 56ª sessão da Comissão
para o Desenvolvimento Social da ONU, e lembrou o percurso feito por
Portugal no combate à pobreza nas últimas décadas. "Portugal
foi um país que, durante muito tempo, viveu numa situação generalizada
de pobreza. Conseguiu sair dessa situação, mas manteve, infelizmente,
níveis que são dos mais elevados à escala europeia. Temos ainda 18 por
cento de pessoas que, estatisticamente, ao nível da União Europeia,
vivem abaixo daquilo que é considerado o limiar da pobreza", explicou o
ministro. "Portugal,
que vinha numa tendência descendente desde que há estatísticas
europeias a este nível, viu a situação agravar-se durante os anos mais
duros desta crise financeira, económica e social. Ainda não temos dados
mais recentes, mas os dados de 2016 apontam para uma recuperação e
diminuição do número de pessoas em situação de pobreza, principalmente
de pessoas em situação de pobreza severa", garantiu o ministro. Vieira
da Silva discursou na segunda-feira na sessão de abertura da 56ª sessão
desta Comissão, a que Portugal se juntou em 2016, e destacou três
pilares fundamentais no combate à pobreza: educação, trabalho, e
existência de proteção social. "A combinação dessas três vias é a mais eficaz", adiantou o ministro à Lusa. Na
quarta-feira, o ministro vai apresentar a Declaração Ministerial "A
Sustainable Society for all ages: Realizing the potencial of living
longer" (Uma sociedade sustentável para todas as idades: Realizar o
potencial da longevidade), assinada em Lisboa em a 22 de setembro de
2017 pelos 56 Estados-membros da Comissão Económica das Nações Unidas
para a região Europa (UNECE). O
ministro irá apresentar aos restantes estados-membros as três
prioridades até 2022 definidas no documento: reconhecer o potencial da
pessoa idosa, encorajar o envelhecimento ativo, garantir um
envelhecimento com dignidade."Pretende-se
que as pessoas possam prolongar uma vida de bem-estar, que não se
considerem velhas para o trabalho pessoas que tem muito a dar para a
sociedade e a si próprias. Trata-se de realizar o potencial de todos e,
em particular, dos idosos", explicou Vieira da Silva. Segundo
o ministro, a declaração pretende "minimizar também aquilo que foi,
durante muitos anos, um risco de confronto de gerações.""Os
idosos temiam que os jovens lhe viessem tirar o trabalho, os jovens
achavam que os mais idosos podiam estar a comprometer o seu futuro. Essa
ideia, que durante muitos anos pairou em todas as sociedades, é uma
ideia nefasta, negativa, porque a relação entre gerações sempre foi um
fator de progresso", explicou. Vieira
da Silva tem ainda prevista, para quarta-feira, uma reunião bilateral
com o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres.