Ministro das Finanças salienta que Estado tem de manter capacidade futura de resposta
Crise/inflação
16 de set. de 2022, 10:08
— Lusa/AO Online
Esta
posição foi transmitida por Fernando Medina na abertura do debate
parlamentar sobre as medidas tomadas pelo executivo contra a inflação,
num discurso em que voltou a advogar a necessidade de ser seguida uma
linha económico-financeira “prudente” e o objetivo de Portugal regressar
rapidamente aos níveis de dívida pré-pandemia de covid-19.Perante
os deputados, o titular da pasta das Finanças considerou que as medidas
do Governo se caracterizam pela sua eficácia “ao devolver um apoio em
dinheiro para cada português usar como bem entender, confiando-se assim
nas escolhas das famílias e otimizando a defesa de cada um contra a
inflação” – uma referência indireta crítica ao programa apresentado pelo
PSD que prevê a concessão de vales alimentares.Fernando
Medina disse também que o Governo responde com “a contenção de preços”
em setores como a habitação e os transportes públicos, assim como “com
reduções de impostos, nomeadamente nos combustíveis e energia”.“Este
é um plano abrangente, sendo o mais vasto e ambicioso de que há
registo. Perante uma crise inflacionária, que afeta todos, o Estado
apoia todos. O programa responde aos que mais precisam e não esquece as
classes médias. Responde a quem tem rendimentos baixos e médios, a quem
tem prestações sociais, aos desempregados, aos pensionistas e aos
trabalhadores”, sustentou.O ministro das Finanças falou também de passagem das medidas aprovadas na quinta-feira passada em Conselho de Ministros.“As
empresas ganham com a sustentação do poder de compra das famílias, além
dos apoios a rendas e combustíveis que também são beneficiárias e das
medidas específicas com que foram reforçadas ainda na quinta-feira”,
apontou Fernando Medina.A seguir, o
ministro das Finanças salientou a outra vertente da filosofia do
programa do executivo para mitigar os efeitos da inflação: A prudência
em virtude da atual conjuntura internacional.“O
programa não põe em causa a nossa capacidade de resposta nas
circunstâncias mais adversas, salvaguarda as margens futuras de atuação e
protege o Estado social”, afirmou, antes de salientar que o Produto
Interno Bruto (PIB) vai subir mais de 6% este ano e que Portugal ficará
acima do nível de atividade pré-covid-19”.Neste
ponto, Fernando Medina reiterou que, apesar de apoios mobilizados que
superam os quatro mil milhões de euros ao longo de 2022, o défice vai
baixar para a casa de 1,9 e a divida descerá abaixo dos 120%.“Em
breve vamos regressar a níveis de dívida pré-pandemia. Esta é a melhor
forma de proteger as famílias e as empresas. É assim que conseguiremos
mitigar os efeitos das subidas dos juros e que poderemos estar
confiantes de que manteremos margem de resposta para o futuro com contas
certas e credibilidade”, acrescentou.