Ministro das Finanças estima perda de receita de 10 mil ME este ano
12 de mai. de 2020, 10:44
— Lusa/AO Online
“Vai ter de ser tudo repensado",
disse Mário Centeno em entrevista à rádio TSF, considerando que as
medidas terão de ser repensadas à medida da perna que "infelizmente
encurtou".Segundo Centeno, perante a gravidade da crise há que ter "humildade" de refazer planos.O
governante indicou que as suas estimativas apontam para uma “elevada
perda de receita” pelo Estado, a qual “vai ser muito próxima dos 10 mil
milhões de euros até final do ano”.“Este
número tem de ser melhor enquadrado também com a resposta europeia,
percebemos o quão importante são as respostas europeias para sair da
crise”, disse.Quanto ao aumento
extraordinário das pensões previsto para maio, Centeno disse que ia
repetir as palavras do primeiro-ministro, António Costa, de que “o
Orçamento do Estado é para cumprir”.Já
questionado sobre se haverá austeridade, Centeno afirmou que neste
momento o que o Governo está a fazer "é o contrário de austeridade",
considerado que é importante acordar no que significa austeridade,
definindo como "fazer cortes em períodos recessivos"."Estamos a fazer o contrário disto. O que aí vier depende do caráter mais ou menos temporário desta recessão", acrescentou.Sobre
o orçamento suplementar, Mário Centeno admitiu que será necessário,
explicando que esse orçamento suplementar não implica refazer todo o
orçamento.O que será feito é “adequar os
‘plafons’ orçamentais às medidas que estamos a adotar e que pensamos
adotar”, afirmou, referindo como fundamentais alterações no
financiamento da Segurança Social e da Saúde.Sobre
se serão canalizadas verbas de uns ministérios para outros, Centeno
admitiu que poderá ser feito “desde que não ponha em causa as políticas
essenciais de cada ministério”.