Ministro das Finanças defende aumento do salário mínimo "com significado" em 2021
10 de set. de 2020, 12:24
— Lusa/AO Online
"A
nossa intenção é, no próximo ano prosseguir com o diálogo que tem de
ser feito na Concertação Social, com o aumento do salário mínimo e que
haja um aumento com significado", afirmou o ministro na Grande
Entrevista, transmitida pela RTP3. João
Leão sublinhou que "houve setores muito afetados" pela crise da pandemia
de covid-19 "e que há "muitos trabalhadores" a ganhar o salário mínimo,
atualmente de 635 euros, mas o Governo entende que "deve haver margem"
para aumentar a remuneração mínima.Questionado
sobre se o aumento em 2021 poderá ser ao nível do que foi aplicado este
ano, de 35 euros, o ministro sublinhou, no entanto, que "o mundo mudou"
com a pandemia e que por isso será necessário avaliar a situação das
empresas. Quanto aos salários da
administração pública, João Leão afirmou que em 2021 haverá uma subida
superior a 2% da massa salarial devido às progressões e à recuperação do
tempo de serviço dos professores e das carreiras especiais.Sobre
a evolução da economia, João Leão considerou no terceiro trimestre
"houve sinais de recuperação" acima do esperado, mas sublinhou que em
relação ao nível de desemprego, "o pior ainda não passou", estimando que
este ano a taxa de desemprego fique próximo de "9 ou 10%", sendo que as
estimativas para 2021 são ainda "incertas".João
Leão disse que sobretudo em julho e agosto registou-se uma recuperação
"ligeiramente acima do esperado", adiantando que a receita do IRS de
agosto, após quedas acentuadas em meses anteriores, teve um aumento
homólogo de 7%, uma subida que corrigida de efeitos extraordinários foi
de 1%.Apesar de sinais positivos no
terceiro trimestre, o ministro admitiu ser possível "que o quarto
trimestre não seja tão bom" como previsto pelo Governo.Tendo em conta as despesas e as receitas, o governante mantém a previsão de que o défice orçamental deverá ficar em 7% este ano.Questionado
sobre as negociações no parlamento relativas à proposta de Orçamento do
Estado para 2021, o ministro considerou que "estão a correr bastante
bem", afirmando acreditar que a proposta orçamental será aprovada na
Assembleia da República "com o mesmo tipo de apoio dos cinco anos
anteriores".