Ministro das Finanças apresenta hoje proposta aos parceiros sociais
OE2018
25 de out. de 2017, 06:30
— Lusa/AO Online
O secretário-geral da UGT, Carlos Silva, vê
“com agrado a continuidade à reposição de rendimentos” prevista na
proposta de OE2018, mas defende que o Governo “pode ir mais além” ao
nível do IRS e das medidas para a administração pública.Em
declarações à Lusa, o líder da central sindical sublinha que, na reunião
com Mário Centeno, a UGT vai voltar a reivindicar mais um escalão de
IRS e “o aprofundar do diálogo social com os setores da administração
pública”, para que se possa “ir mais longe” no descongelamento das
progressões da carreira.Já o secretário-geral da CGTP, Arménio
Carlos, considera que a proposta do OE2018 tem “algumas evoluções”, mas
está "muito longe" de corresponder às expectativas dos trabalhadores na
questão salarial, política fiscal, proteção social e serviços públicos.
Numa conferência de imprensa, na segunda-feira, na sede da CGTP,
Arménio Carlos voltou a defender que o OE2018 "tem de romper com o
tratado orçamental e com o défice" e avançar com soluções para "os
problemas de fundo" como a atualização dos salários no Estado ou as
progressões na carreira para todos os trabalhadores.A CGTP quer
incluir no OE2018 medidas para reduzir a "despesa supérflua e arrecadar
mais verbas em impostos", que passam pela renegociação da dívida e das
Parcerias Público-Privadas (PPP). A intersindical reivindica ainda a
introdução de uma taxa de 0,25% sobre as transações financeiras e "a
incidência do IRC nos lucros efetivos gerados pelas empresas".Do
lado dos representantes das empresas, o presidente da Confederação do
Comércio e Serviços de Portugal (CCP), Vieira Lopes, afirmou à Lusa que o
OE2018 "é muito pobre em medidas para a dinamização das empresas"."O
OE2018 tem algumas medidas de capitalização, embora insuficientes, mas
não tem qualquer medida de alívio fiscal em IRC, por exemplo",
acrescentou Vieira Lopes, para quem o fim do regime simplificado de IRS
"merece a crítica da CCP".Também o presidente da CIP -
Confederação Empresarial de Portugal, António Saraiva, já tinha
manifestado que a proposta de OE2018 fica "muito aquém" do necessário no
que se refere aos estímulos dados às empresas, criticando também a
"instabilidade fiscal" pela opção em não reduzir o IRC.A reunião plenária da concertação social está marcada para as 15 horas e tem como ponto único da ordem de trabalhos o OE2018.