Ministro das Finanças admite rever em baixa meta do défice para 2018
21 de dez. de 2018, 17:07
— Lusa/AO Online
“Vamos
ficar com certeza dentro do grau de cumprimento dos objetivos que
tínhamos estabelecido e vamos ficar, com muita probabilidade, abaixo dos
0,7%, ligeiramente abaixo”, disse Mário Centeno em declarações à
agência Lusa. O
ministro das Finanças preferiu, contudo, não avançar com uma estimativa
para o valor do défice em 2018, considerando que há ainda dados por
apurar. No Programa de Estabilidade, o Governo prevê um défice de 0,7%
para este ano. “Estar
a indicar um número com alguma incerteza estatística que ainda está
presente, talvez não fosse a melhor indicação”, afirmou o governante. “É
provável que a execução no fim do ano venha a confirmar a mesma
tendência dos anos anteriores: menos pagamento de juros, mais receita
fiscal, porque a economia está mais forte do que aquilo que foi
projetado”, ou seja, “melhor execução orçamental, menos défice”,
defendeu o ministro das Finanças, sublinhando que “essas são as origens
desse desvio”. De
acordo com os dados do INE, o saldo orçamental situou-se em 1.111,2
milhões de euros no conjunto dos três primeiros trimestres de 2018,
representando um excedente de 0,7% do Produto Interno Bruto (PIB). No
mesmo período do ano passado verificou-se um défice de 3,2% do PIB.Já considerando apenas o terceiro trimestre registou-se um excedente de 3.082,2 milhões de euros, correspondente a 6% do PIB.Mário
Centeno considerou que estes são “os melhores resultados orçamentais de
sempre em Portugal”, sublinhando que o aumento de 5,4% da receita,
nomeadamente a subida de 6,1% da receita fiscal são “o reflexo da
evolução da economia”. Quanto
à despesa, o ministro das Finanças avançou que, corrigido o efeito dos
duodécimos do subsídio de Natal, a despesa pública total cresceu nos
três primeiros trimestres face ao ano passado, em 2.500 milhões de
euros, devido sobretudo ao investimento e às prestações sociais. “O
que estes números provam é que o compromisso que temos assumido foi
cumprido ao longo da legislatura na recuperação e valorização da
administração pública na sua componente de despesas com pessoal”,
defendeu Mário Centeno, acrescentando que há um aumento de 374 milhões
de euros na despesa com pessoal face ao ano passado.