Ministro da Saúde de Espanha vai deixar governo para ser candidato nas regionais na Catalunha
30 de dez. de 2020, 18:16
— Lusa/AO Online
Salvador
Illa, catalão de 54 anos, e com a pasta da Saúde desde janeiro no
governo do socialista Pedro Sánchez, adquiriu notoriedade como
coordenador da estratégia nacional de luta contra a pandemia, aparecendo
frequentemente na televisão para fazer balanços da situação em Espanha,
um dos países mais afetados pela covid-19, com mais de 50.000 mortes e
quase 1,9 milhões de casos.Illa foi também
alvo de duras críticas da oposição de direita, que o acusou de “gestão
nociva da pandemia”, como escreveu hoje o secretário-geral do Partido
Popular (PP), Teodoro Garcia Egea, no Twitter.A oposição acusa Illa de, essencialmente, ter administrado a crise para fins eleitorais.A
Televisão Nacional Espanhola (TVE) disse que vai ser substituído pela
atual ministra da Política Territorial e da Função Pública, Carolina
Darias, que já está ligada à gestão da luta contra a pandemia.A
escolha de Illa como candidato do Partido Socialista da Catalunha (PSC)
à presidência desta importante região do nordeste do país, que tem 7,5
milhões de habitantes, nas eleições de 14 de fevereiro, deve ser
ratificada até ao final do dia por este partido em Barcelona.Ao
apostar numa personalidade proeminente e popular na Catalunha, os
socialistas procuram melhorar a sua prestação nas anteriores eleições de
dezembro de 2017, quando obtiveram apenas 17 dos 135 deputados no
Parlamento catalão.Acima de tudo, esperam
aproveitar o facto de a popularidade do partido de centro-direita
Ciudadanos, vencedor das últimas eleições, ter descido a pique nos
últimos meses e vários partidos separatistas catalães, que detêm a
maioria no Parlamento regional, se apresentarem desta vez divididos
sobre a estratégia a seguir após o fracasso da tentativa de secessão
lançada em 2017 pelo ex-presidente Carles Puigdemont, agora exilado no
estrangeiro.As sondagens preveem a
manutenção de uma maioria pró-independência no Parlamento, mas com uma
luta intensa entre os dois partidos pertencentes ao governo regional -
Juntos pela Catalunha, o partido de Puigdemont, e a Esquerda Republicana
da Catalunha (ERC), cujo líder, Oriol Junqueras, está preso pela
participação nos eventos de 2017.