Ministro da Saúde admite cenário de "grandes dificuldades" no Hospital S. Maria
5 de dez. de 2022, 13:36
— Lusa/AO Online
“É verdade que no Hospital de
Santa Maria estamos com grandes dificuldades e com tempos de
atendimento indesejáveis. Já um pouco melhores do que o que estavam de
madrugada, mas absolutamente indesejáveis”, declarou Manuel Pizarro,
esta manhã, no Porto, depois de ter levado uma dose de reforço da vacina
para a covid-19.Às 11:45 de hoje, 19
doentes com pulseira amarela (urgente) tinham de esperar uma média de 11
horas e 10 minutos para serem atendidos no serviço de urgência central
do Hospital Santa Maria, em Lisboa, segundo dados do Portal do Serviço
Nacional do SNS. Face ao cenário de
“grandes dificuldades” nas urgências do Hospital de Santa Maria, o
ministro da Saúde quis transmitir uma “mensagem de agradecimento” aos
profissionais – médicos, enfermeiros e outros - pelo trabalho que estão a
fazer para atender todas as pessoas.Manuel
Pizarro considera que o que está a acontecer neste momento é “um afluxo
excessivo às urgências”, com a agravante de que as respostas
alternativas ainda “não funcionam” como se desejaria e depois, “claro
que nestes períodos de pico, as dificuldades aumentam”.Em
declarações aos jornalistas, à margem da deslocação ao Centro de
Vacinação do ACES Porto para tomar a dose de reforço sazonal da vacina
para a covid-19, o ministro da Saúde disse que o que está a acontecer no
Hospital de Santa Maria (Lisboa) é “pontual”, quando comparado com as
restantes cerca de 80 urgências que estão abertas atualmente, todavia,
salienta que isso não retira “gravidade à situação”.“Se
eu comparar com as mais 80 urgências que estão abertas no país neste
momento, obviamente que a situação é pontual, mas isso não diminui a sua
gravidade. É uma situação muito grave na mesma, porque é evidente que
se nós não estamos a atender as pessoas num tempo que é devido, isso é
indesejável, mas as medidas, aos poucos, estão a produzir os seus
efeitos”.Manuel Pizarro nega que haja um “cenário de caos” nos hospitais em Lisboa.“Não
acho que haja nenhum cenário de caos. Há um cenário de dificuldades,
mas as pessoas estão todas a ser atendidas”, disse o ministro da saúde.Manuel
Pizarro considera, contudo, que os utentes não estão a ser atendidos
com a “prontidão que seria desejável” e deixa um “apelo à compreensão”
dos utentes e seus familiares que não estão a ser atendidos com a
“rapidez” que se desejaria.“Nós estamos a ser capazes de dar respostas a todas as pessoas e hoje todos os serviços estão a funcionar em pleno", declarou.Manuel
Pizarro diz que não está conformado com a situação e, para o
demonstrar, afirma que foi acionado "um vasto conjunto de medidas para
melhorar a situação", designadamente pedir para as pessoas recorrerem à
"Linha de Saúde 24", ou recorrerem aos "176 centros de saúde que estão a
funcionar com horários complementares e horários ao fim de semana",
para evitar a concentração das pessoas nas urgências. Para
melhorar a capacidade de internamento nos hospitais, Manuel Pizarro
acrescentou que se está a utilizar, com o setor social, um conjunto
"muito vasto de lugares" para que as pessoas não permaneçam no hospital
para "além do tempo que é adequado".Segundo
Manuel Pizarro, as situações de maiores dificuldades nas urgências
acontecem sobretudo em Lisboa e Vale do Tejo, porque é a região onde "há
mais dificuldades" nos cuidados de saúde primários, que precisam de
"tempo para serem resolvidas".