Ministro da Educação diz que números sobre falta de professores são alarmistas
17 de dez. de 2021, 13:12
— Lusa/AO Online
“Os números que têm
vindo para a praça pública, muitas vezes, são única e simplesmente
alarmistas. Todas as semanas existem horários que vão a concurso. Mas é
normal. Temos 122 mil professores. É normal que, todas as semanas,
tenhamos um conjunto de professores que ou por baixa médica, baixa por
parentalidade ou, por aposentação, tenham de sair do sistema por um
período de tempo ou permanentemente”, afirmou em Viana do Castelo.O
governante, que falava aos jornalistas no final de uma visita à Escola
Profissional e Artística do Alto Minho, onde funciona também a Academia
de Música de Viana do Castelo, acrescentou que o Ministério da Educação,
juntamente com as direções das escolas, cada vez que um determinado
horário não é preenchido no concurso nacional, encontram solução” para
resolver a situação.“Este ano letivo
tivemos mais de 500 turmas a receberem professores através do trabalho
que a nossa ‘task force’ faz. Este trabalho mais refinado, junto das
direções das escolas deu frutos. Para os arautos da desgraça quanto
pior, pior. Para nós, quanto melhor, verdadeiramente melhor”, adiantou.Tiago
Brandão Rodrigues adiantou que o Ministério da Educação “tem o trabalho
todo feito” para responder ao problema, mas que ficou “condicionado”
pelo chumbo do Orçamento do Estado para 2022 e à convocação de eleições
antecipadas a 30 de janeiro.“Obviamente
que isso necessita de negociação sindical. No atual panorama, a partir
do momento em que o Orçamento de Estado não foi aprovado ficamos
condicionados a que se faça essa negociação, mas o trabalho está todo
feito. Em todo o caso, foram identificadas algumas necessidades de
professores na zona da grande Lisboa e do Algarve”, apontou.Tiago
Brandão Rodrigues afirmou ainda que “durante muito tempo, quem
governava entendeu que os professores estavam a mais” e referiu que
“entre 2011 e 2015, foram gastos 200 milhões de euros em rescisões
amigáveis com muitos milhares de professores”“Em
2019, o líder da oposição, o presidente do PSD, disse que a
administração pública tinha de sofrer um emagrecimento e que tínhamos
muito mais professores do que os necessários. Sempre dissemos que é
importante atrair professores e, por isso, mudámos um conjunto de regras
e vinculámos 12 mil professores. Sabemos que um professor que está
vinculado e que não está contratado tem muito maior probabilidade de
continuar na carreira docente”, observou.