Ministro da Economia diz que crescimento do desemprego “não é dramático”
10 de ago. de 2023, 10:50
— Lusa/AO Online
“É
uma notícia que, apesar de ter crescido o desemprego, não é dramático.
Temos de investigar quais são as razões, mas a meu ver, nesta altura,
não é um grande sinal de alerta ou de perturbação”, afirmou o ministro,
em declarações à margem da cerimónia de inauguração do Festival do
Bacalhau, em Ílhavo, no distrito de Aveiro.António
Costa Silva reagiu assim aos dados do Instituto Nacional de Estatística
(INE) relativos ao segundo trimestre, divulgados hoje, e que apontam
para uma taxa de desemprego de 6,1%, o que representa uma subida
homóloga de 0,4 pontos percentuais e uma descida de 1,1 pontos face ao
trimestre anterior.Questionado pela Lusa, o
ministro disse que é preciso olhar com “calma e ponderação” para os
números do INE, considerando que a taxa de desemprego registada no
segundo trimestre “continua a ser baixa ao nível dos mínimos históricos
do país”.O responsável pela pasta da
Economia referiu-se também ao “ligeiro declínio” nas exportações,
notando que no primeiro trimestre as exportações cresceram.“Se
olhar para os produtos farmacêuticos, tivemos um crescimento de 155%.
Se olhar para a indústria de componentes, tivemos um crescimento de
22,5%. A indústria alimentar cresceu mais de 15%, a metalomecânica mais
de 20%”, lembrou, considerando natural que o país não consiga manter
durante o ano todo este nível de exportações.Apesar
do cenário que se vive na Europa, com alguns países em situação de
recessão e a situação da Alemanha com “a economia estagnada”, o
governante destacou que a economia portuguesa tem mostrado “uma
resiliência grande”.“A capacidade que as
nossas empresas têm de diversificar os mercados exportadores é
absolutamente extraordinária”, observou o ministro, adiantando que
espera que estes "condicionalismos negativos" existentes em algumas
economias europeias de “estagnação e provavelmente de recessão” não
tenham “um impacto ainda muito significativo” este ano.O
ministro transmitiu, também, uma mensagem de “serenidade”, salientando
que, apesar de tudo, com a guerra na Europa e os “efeitos graves” que
ela coloca, a economia portuguesa “está a responder e vai continuar a
responder”.O INE apresentou também hoje os
resultados das exportações e importações que recuaram 4,9% e 6,1%,
respetivamente, no segundo trimestre em termos homólogos.