Ministro da Defesa espera contar com EUA, Nigéria ou Brasil no novo Centro de Defesa do Atlântico
21 de nov. de 2019, 19:02
— Lusa/AO Online
“Nós tivemos aqui hoje um conjunto de países
representados, e queremos que todos esses, e outros, estejam também
ativos como participantes, como formandos ou formadores nas atividades
do centro”, disse o ministro à agência Lusa no final do encerramento do
primeiro seminário do Centro para a Defesa do Atlântico (CeDA).João
Gomes Cravinho destacou que esta conferência, que decorreu no Instituto
da Defesa Nacional, em Lisboa, contou com representantes de países
europeus, como França, Reino Unido ou Espanha, “países com uma tradição
atlântica”, nações africanas, como Togo, Marrocos, Angola, Nigéria, “que
é uma das grandes potências do Atlântico sul”, e ainda “representantes
do Brasil e dos Estados Unidos”.“Todos
esses países nós queremos que sejam participantes ativos, e contamos com
eles”, salientou, notando que agora é o momento de “desenvolver, a
partir desta base, um produto que seja atraente” na perspetiva
portuguesa, mas também para “todos os países da orla do Atlântico”.Na
opinião do ministro, esta iniciativa, que marca o lançamento do CeDa –
equipamento localizado na Base das Lajes, na ilha Terceira, e que deverá
estar consolidado “daqui por um ano” – “foi um sucesso”.O
objetivo deste seminário passava por ouvir as perspetivas de agentes da
área da segurança marítima, entre os quais 30 especialistas
internacionais, de 15 países, e várias organizações.“Nós
tínhamos, desde o princípio, ideias razoavelmente estruturadas sobre o
que queremos fazer com o centro, mas exatamente por querermos que o
centro seja intrinsecamente multinacional, não apenas um centro
português, era muito importante auscultar as opiniões, as ideias, as
perspetivas de pessoas de outros países do Atlântico”, considerou Gomes
Cravinho.À Lusa, o ministro da Defesa
Nacional referiu que as opiniões transmitidas pelos convidados
estrangeiros “enriqueceram bastante” o plano nacional, pelo que “durante
os próximos dias será possível agora, de algum modo, reformatar ou
melhorar um pouco” a perspetiva inicial portuguesa.João
Gomes Cravinho explicou que o trabalho do centro vai ser organizado “de
acordo com a procura” e com as “necessidades que são sentidas”.Notando
que “este seminário permitiu identificar algumas necessidades”, o
governante admitiu que a projeção do Ministério da Defesa para o CeDA e
as suas “análises sobre o Atlântico” podem ser enriquecida com temas
como o ambiente, e particularmente com o aquecimento global.Na
apresentação das conclusões saídas das sessões que decorreram à porta
fechada, o coronel Lemos Pires, que integra o grupo de trabalho,
destacou que os participantes concordaram unanimemente que as alterações
climáticas são uma das maiores ameaças para o futuro dos países
localizados junto ao Oceano Atlântico.“Isso
leva, naturalmente, a que nós comecemos a pensar em mecanismos,
processos de formação, processos de consolidação e cooperação
relacionados diretamente com as consequências das alterações
climáticas”, observou o ministro.Gomes
Cravinho estimou que na primeira metade do próximo ano se iniciem as
formações do CeDA na ilha Terceira, “dirigidas a países do Atlântico e,
sobretudo, a países africanos do Golfo da Guiné e da costa africana do
Atlântico”.Também presente na sessão de
encerramento do seminário, o ministro dos Negócios Estrangeiros do Togo,
Robert Dussey, assinalou a mobilização da comunidade internacional da
resposta contra a pirataria no golfo da Guiné.