Ministro da Cultura admite ainda haver atrasos nos pagamentos do Garantir Cultura
9 de nov. de 2022, 13:14
— Lusa/AO Online
“O
valor pago na segunda tranche no Garantir Cultura, gerido pelo
Ministério da Cultura, é já muito significativo. São 7,4 milhões de
euros, são 767 projetos. Há 24 projetos que estão em atraso, mas,
desses, [em] 20 o GEPAC ainda aguarda resposta do requerente. Há dois em
análise interna e 12 para validação. Portanto, há quatro projetos [com
pagamentos em atraso]”, afirmou Pedro Adão e Silva numa audição
parlamentar, sobre o Orçamento do Estado para 2023.Com
uma dotação total de 53 milhões de euros, o Garantir Cultura é um
programa de apoio à criação e à programação artísticas, criado pelo
Governo em contexto de pandemia e que foi dividido em dois subprogramas:
um para empresas, gerido pelo COMPETE 2020 (sob alçada do Ministério da
Economia, através do Turismo de Portugal) e com uma dotação de 30
milhões de euros, e um outro para entidades artísticas, gerido pelo
GEPAC (sob alçada do Ministério da Cultura), e com uma dotação de 23
milhões de euros.De acordo com dados
disponibilizados em 29 de julho, no ‘site’ do GEPAC, foram apoiados
1.095 projetos, com 21,8 milhões de euros.Os
pagamentos no subprograma para as entidades artísticas são feitos em
duas tranches, de 50% cada uma, já os do tecido empresarial são feitos
em três: a primeira é de 50%, a segunda de 35% e a terceira de 15% do
valor do apoio concedido.O ministro,
aludindo a uma notícia publicada pela agência Lusa na terça-feira,
lembrou que o Ministério da Economia “deu conta de que no Garantir
Cultura na parte empresarial há atrasos”, aos quais aquela tutela “tem
procurado responder, contratando entidades externas para fazerem a
avaliação dos processos”. “É um trabalho
moroso, que mobiliza recursos humanos dos vários organismos, que tiveram
de gerir instrumentos para resposta à pandemia, que não existiam antes
e, desejavelmente, não vão existir posteriormente. Isso implica um pico
de trabalho que mobilizou muitos recursos humanos na Administração
Pública e é uma preocupação sim”, disse.Pedro
Adão e Silva salientou que se tem “empenhado para que esses atrasos
sejam recuperados”. “O que posso dizer neste momento é que, na verdade,
do lado do GEPAC há quatro processos em atraso. E o ministro da Cultura
está focado em garantir que as entidades recebem o dinheiro”, afirmou o
governante.O Ministério da Economia
admitiu na terça-feira, em resposta à Lusa, atrasos no pagamento dos
apoios no subprograma do Garantir Cultura para o tecido empresarial, por
falta de recursos humanos e pelo grande número de pedidos apresentados
em pouco tempo.Na semana passada, a
agência Lusa noticiou que cerca de um ano e meio depois de terem sido
aprovados os projetos apoiados naquele subprograma, ainda há empresas
com parte do valor que lhes foi atribuído por receber. A denúncia partiu
da Associação Espetáculo – Agentes e Produtores Portugueses (AEAPP), em
carta aberta, e a Lusa falou com alguns empresários, contemplados com
apoios do Garantir Cultura, a quem falta receber parte do apoio.De
acordo com o Ministério da Economia, no subprograma do Garantir Cultura
para o tecido empresarial “foram aprovadas e contratadas 621
candidaturas, com um valor de incentivo de 29,5 milhões de euros, dos
quais cerca de 20 milhões de euros (cerca de 68%) foram já libertos para
as empresas”.A tutela salientou que,
“neste momento, não existe nenhum processo com a primeira ou a segunda
tranche de incentivo por libertar, tendo em conta o mapa de investimento
objeto da candidatura e contratado”.A
lista de projetos apoiados no subprograma para o tecido empresarial foi
publicada no ‘site’ do COMPETE 2020 a 31 de maio do ano passado.