Ministro da Ciência defende investigação direcionada para novos desafios
10 de set. de 2018, 14:54
— Lusa/AO online
A
agricultura de precisão foi outro setor apontado por Manuel Heitor, em
declarações à agência Lusa, depois de discursar numa iniciativa
promovida pela Universidade Nova de Lisboa, um dia aberto dedicado à
investigação.“É preciso mais investigação, mas mais orientada para os novos desafios”, afirmou.Portugal, frisou, atrai neste momento 1,6% do orçamento comunitário na área da investigação e pretende alcançar os 2%.“Precisamos
de mais empresas e de reforçar a colaboração com as universidades e
institutos politécnicos”, sustentou o ministro que tutela também a
Tecnologia e o Ensino Superior.Para
Manuel Heitor, a Europa precisa de uma “agenda mobilizadora”, o que só
pode ser conseguido através do conhecimento e da “diplomacia
científica”.“O
conhecimento pode superar divisões, quer a nível nacionalista, quer a
nível regional, e pôr a falar atores que de outra forma não falam uns
com uns outros”, disse.Também
presente, o diretor-geral da Comissão Europeia para a Investigação,
Ciência e Inovação, Jean Eric-Paquet, elogiou o trabalho feito na Nova,
afirmando ser a instituição portuguesa com maior impacto ao nível das
publicações científicas numa escala global.Dirigindo-se
à investigadora Elvira Fortunato, o responsável europeu declarou que a
cientista tem sido uma das principais figuras a ajudar a Europa a
liderar o caminho na formulação de políticas baseadas em evidências,
afirmando mesmo que a Europa tem “uma dívida de gratidão” para com a
investigadora.A
crise que Portugal atravessou na última década foi também lembrada pelo
titular, para quem a investigação, a ciência e a inovação se encontram
num ponto de viragem na Europa.“Os
próximos meses definirão os próximos anos”, alegou, referindo-se à
apresentação, em maio, de uma proposta de orçamento que definiu como “a
mais ambiciosa” da história da União Europeia, para este setor, no
âmbito do Horizonte Europa.Para
o próximo orçamento da União Europeia (UE) a longo prazo, 2021-2027, a
Comissão propõe atribuir 100 mil milhões de euros à Investigação e à
Inovação, de acordo com dados oficiais.No
final da sessão foi entregue a três investigadores da Nova, Raffaela
Gozzelino, Ana Margarida Ferreira e Pedro Neves, um prémio patrocinado
por uma instituição bancária, na área das ciências da vida.O
projeto vencedor centrou-se na forma como os processos neurológicos
podem explicar a tomada de decisão das pessoas, nomeadamente em
situações de stress, estudando-se também a influência da presença do
ferro nesse processo.“A
partir de estudos laboratoriais com ratos, verificou-se que os animais,
quando estão em situações de grande stress, têm um comportamento mais
agressivo, registando-se uma acumulação de ferro no córtex pré-frontal
do cérebro, que é a zona dos comportamentos e das tomadas de decisões”,
de acordo com a informação disponibilizada pela instituição.