Ministro anunciou 500 vagas em cuidados continuados para receber casos sociais em internamento
23 de nov. de 2022, 16:41
— Lusa/AO Online
“Temos já cerca de 500 lugares
garantidos que começarão a ser utilizados, julgo que alguns ainda esta
semana, seguramente na próxima semana, e vamos tentar alargar esse
número, porque isso é absolutamente essencial”, disse Manuel Pizarro aos
jornalistas à margem da apresentação do Plano Estratégico do Ministério
da Saúde: Resposta Sazonal em Saúde - Inverno 2022-2023, em Lisboa.
Segundo o ministro, estas vagas resultam de um trabalho conjunto com o
Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, com as
Misericórdias e as instituições particulares de solidariedade social,
estando a ser atribuída “prioridade à região de Lisboa e Vale do Tejo”,
porque é onde “a pressão é maior”. “Mas
vamos fazer isso um pouco por todo o país, porque isso é algo que também
permite que o fluxo dos hospitais funcione melhor”, salientou.Durante
a apresentação do plano, a secretária de Estado da Promoção da Saúde
anunciou várias medidas previstas no documento destinadas à população
idosa e mais vulnerável. Entre elas, está o
fortalecimento do programa de transição entre a alta hospitalar e a
resposta social, alargando a capacidade de resposta do setor social
contratado pelo Estado e agilizando assim a saída daqueles que já não
necessitam de cuidados clínicos dentro do hospital.“Há
uma preocupação fundamental porque nós sabemos que as patologias
características desta época, desde a covid-19, à gripe ou mesmo o frio,
não afetam de igual modo todas as pessoas e as pessoas que vivem em
situações de maior vulnerabilidade são mais afetadas, e foram mais
afetadas ao longo da pandemia, tal como nas outras épocas de inverno, e
por isso têm aqui uma atenção especial”, disse Margarida Tavares.Segundo
a governante, vão continuar a ser “vigiados ativamente" os surtos nas
estruturas residenciais para idosos (ERPI) ou similares, porque se sabe
que “é nos contextos de maior vulnerabilidade onde poderão ocorrer
desfechos mais desfavoráveis”.Anunciou
também um serviço de telessaúde para apoio a profissionais de referência
nas unidades, nas estruturas residenciais para idosos, e equipas
específicas de profissionais dos agrupamentos de centros de saúde ou dos
hospitais que ativamente acorram aos lares de idosos para evitar
descompensações e eventuais recursos aos cuidados de saúde.“E
obviamente que queremos melhorar a humanização e a comunicação com os
familiares, com os cuidadores das pessoas que estão no serviço de
urgência”, salientou.Questionado a margem
da apresentação do plano sobre se já houve necessidade de reforçar a
linha SNS 24, o ministro da Saúde disse que estão a fazer esse reforço.“Estamos
já a fazê-lo porque estamos a planear a criação de novas respostas, uma
resposta que eu considero absolutamente inovadora e muito importante é a
existência em cada unidade de internamento de pessoas idosas [ERPI] de
um profissional de referência que se vai conectar a uma funcionalidade
própria da linha Saúde 24, onde as pessoas terão aconselhamento
profissional”, sublinhou Manuel Pizarro.Muitas
vezes até poderão ter aconselhamento médico que permita orientar a
situação de muitas dessas pessoas que estão internadas nessas unidades,
procurando que o seu problema seja resolvido localmente.Além de melhor para essa pessoa, disse o ministro, “também alivia” o excesso de procura do Serviço Nacional de Saúde. “Não
nos podemos esquecer que temos no conjunto destas unidades, que são
quase 4.000 no país, mais de 100.000 pessoas idosas a residir”,
enfatizou Manuel Pizarro.