Ministro alerta que acordo para libertação de reféns pode levar a desastre
Israel
21 de nov. de 2023, 12:01
— Lusa/AO Online
"Estou
muito preocupado porque estão a acontecer conversações e estamos a ser
deixados de fora. Não sabemos os detalhes e não nos estão a contar a
verdade. Os rumores indicam que Israel pode estar a cometer de novo um
erro semelhante ao do acordo de Shalit", afirmou o ministro de
extrema-direita Ben Gvir.Gvir estava a
referir-se à libertação do soldado Gilad Shalit em troca da libertação
de 1.027 prisioneiros palestinianos, em 2011.O
ministro israelita manifestou a sua preocupação com um pacto que
poderia envolver a libertação de prisioneiros palestinianos e a
possibilidade da entrada de combustível na Faixa de Gaza, a que se opõem
fortemente.Por seu lado, a mãe de dois
menores raptados pelo Hamas e detidos na Faixa de Gaza defendeu que "a
oportunidade de avançar com este acordo não pode ser perdida”, durante
um protesto em frente ao quartel-general do exército israelita, na
cidade de Telavive.A mulher, identificada
como Hadas Calderon, recordou que dois dos seus filhos, de 12 e 16 anos,
foram raptados juntamente com o seu ex-marido durante os ataques do
Hamas em solo israelita, em 07 de outubro. “Peço
a todas as mães que venham se juntar a mim. Temos que trazê-los de
volta para casa”, afirmou Hadas Calderon, citada pelo jornal The Times
of Israel.Na segunda-feira, familiares das
cerca de 240 pessoas raptadas alertaram que o projeto de lei para
aplicar a pena de morte a pessoas condenadas por terrorismo –
apresentado pelo próprio Ben Gvir – “coloca os reféns em grave perigo”.O
Fórum de Famílias de Reféns afirmou que “a pena de morte é uma questão
delicada que deve ser debatida num âmbito privado e profissional”. “O
momento escolhido para esta discussão põe em perigo os nossos
familiares, sem promover ativamente o interesse público”, alertou a
organização, criada após os ataques do Hamas.Ben Gvir anunciou no sábado que apresentaria este projeto ao Knesset naquele mesmo dia.O
ministro da extrema-direita já tinha optado abertamente em janeiro por
incluir a pena de morte na legislação israelita para as pessoas
condenadas por terrorismo.“Qualquer pessoa que assassina, fere ou mata civis deve ser mandada para a cadeira elétrica”, disse Bem Gvir.