Ministro admite que residentes das ilhas "não tenham de desembolsar" preço de viagens no futuro
8 de nov. de 2024, 09:32
— Lusa/AO Online
“O portal é uma
primeira fase, nós no futuro o que nós queremos, de facto, é que os
açorianos e os madeirenses não tenham desembolsar” o preço dos bilhetes,
mas no “curto prazo, o que é possível tecnologicamente fazer é um
portal em que paga e é creditado automaticamente num período de 24
horas”, explicou Miguel Pinto Luz.O
titular da área das Infraestruturas e Habitação, que falava numa
audição na Assembleia da República, em Lisboa, no âmbito da apreciação
na especialidade da proposta de Orçamento do Estado para 2025 (OE2025),
respondia ao deputado Francisco César (PS).O
socialista, eleito pelos Açores, questionou sobre o teto de 600 euros
elegível para o reembolso do subsídio social de mobilidade nas ligações
entre as ilhas e o continente, assegurando ter pesquisado uma reserva de
viagem de ida e volta na Sata e na TAP, que lhe custariam 665 e 684
euros.“Tem o meu compromisso que se
verificarmos que essas situações são recorrentes, nós vamos revisitar
esse teto, agora faça-me justiça, baixamos ou não baixámos o preço?”,
contrapôs Miguel Pinto Luz, acrescentando que a situação será “melhor do
que existe hoje”.Em resposta à deputada
Isabel Mendes Lopes, do Livre, notando que muitas pessoas “não conseguem
ter esse dinheiro para adiantar” pelos bilhetes, o governante referiu
que a nova plataforma “baseada numa plataforma gestora de cartões de
crédito”, vai “permitir o reembolso quase imediato”, que atualmente leva
“meses”.Pinto Luz admitiu que “o caminho
seguinte” pode passar por os viajantes pagarem “aquele valor mínimo e
depois o reequilíbrio e a transição” ser com as companhias aéreas, “mas é
um caminho muito mais complicado”, escusando-se a “vender facilidades”.“O
caminho agora é um caminho com uma plataforma digital que está a ser
desenhada para facilitar o reembolso e, portanto, aquilo que hoje é um
caminho de dois meses, três meses às vezes, é um reembolso quase
imediato”, reforçou, salientando que o executivo desceu “os valores
todos de forma drástica”.O deputado
socialista Miguel Iglésias também considerou que os madeirenses “vão
continuar a pagar o preço por inteiro das viagens” e “basicamente o
PSD/Madeira anda a enganar as pessoas” e questionou como é que o
ministro podia garantir “que todos os cidadãos conseguirão ter acesso à
plataforma eletrónica anunciada, em particular os mais idosos de baixa
literacia digital”.“A plataforma está
ligada a uma plataforma de crédito e, portanto, vai agilizar todo o
processo de reembolso, que passa a ser praticamente quase automático,
[e] acreditamos que em junho de 2025 já estará no ar”, referiu, numa
primeira intervenção, Miguel Pinto Luz.“Os
residentes entre os Açores e o continente passam a pagar 119 euros,
Madeira-continente 79 euros, entre as regiões 79 euros. Os estudantes 89
euros entre os Açores e o continente, 59 euros entre a Madeira e o
continente, 59 euros entre regiões, isto é mudar o paradigma”,
acrescentou Pinto Luz, na audição conjunta das comissões de Orçamento,
Finanças e Administração Pública e de Economia, Obras Públicas e
Habitação.Em resposta ao deputado
social-democrata Paulo Moniz, que notou que o PSD/Açores está contra o
estabelecimento de um teto de 600 euros do valor das viagens a
comparticipar, o governante salientou ter “consciência que a região
autónoma esteve contra, que os deputados estiveram contra”, mas que
“sempre disse de uma forma muito séria” acreditar “convictamente que
ninguém ficará de fora”.Nos Açores, o
modelo atual de subsídio permite aos residentes deslocarem-se para o
continente com uma tarifa aérea máxima de 134 euros (ida e volta).
Porém, é necessário adquirir inicialmente a passagem pelo preço de venda
e, depois de efetuada a viagem, todo o valor acima desta meta de 134
euros é ressarcido a título de reembolso pelo Estado.Em
setembro, o Governo da República introduziu um teto de 600 euros de
custo elegível máximo, sendo que o passageiro passa a suportar o valor
acima desse teto (além dos 134 euros).Na
Madeira, as passagens aéreas já tinham um custo elegível máximo de 400
euros para acesso ao subsídio social de mobilidade, valor que se mantém
inalterado.