Ministra francesa afirma que projeto de gasoduto será visto de "forma detalhada"
7 de out. de 2022, 12:41
— Lusa/AO Online
"É
importante, e foi isso que combinámos, olhar de forma mais detalhada
não só a questão política, mas técnica, quais são as vantagens dos
diferentes formatos", afirmou Catherine Colonna, questionada pelos
jornalistas no fim do encontro com o seu homólogo português, João Gomes
Cravinho."O chefe da diplomacia portuguesa
referiu que os dois países vão continuar a trabalhar para chegarem a
uma solução que convenha a todos, baseados numa "numa relação de
amizade, de dois amigos, que gostam um do outro e trabalham bem juntos".
"Mesmo quando não estamos de acordo sobre
todos os pontos, trabalhamos juntos para encontrar soluções
satisfatórias para os dois lados", indicou.Catherine
Colonna argumentou que "a Europa precisa de solidariedade, de
desenvolver a sua independência energética e, a curto-prazo, precisa
diversificar o seu aprovisionamento energético", elementos que terão que
ser combinados "da melhor maneira".O
encontro entre os dois governantes aconteceu esta manhã, no Quai
d'Orsay, em Paris, onde ambos discutiram o gasoduto MidCat, um projeto
de ligação da Espanha à França através de um gasoduto que atravessa os
Pirenéus Orientais, com uma ligação também entre Espanha e Portugal, bem
como a atual situação internacional, a guerra na Ucrânia e outros
pontos importantes na agenda internacional. O
Presidente francês disse na quinta-feira em Praga que mantinha a sua
oposição a um gasoduto que ligue a Península Ibérica ao resto da Europa,
argumentando que a Europa deve investir nas interconexões elétricas.Há
uma semana, o secretário de Estado dos Assuntos Europeus português
esteve em Paris, onde após uma reunião com a sua homóloga francesa, a
França se teria comprometido a "revisitar" os argumentos da Espanha e de
Portugal para a construção do MidCat.A 22 de setembro passado, em entrevista à Lusa em Bruxelas, o secretário
de Estado dos Assuntos Europeus afirmou que o Governo português ainda
acreditava que seria "possível convencer a França" a permitir
interligações desde a Península Ibérica para o fornecimento de gás, e
mais tarde hidrogénio, à Europa, mas admitiu como alternativa uma
ligação através de Itália.