Ministra diz que há "espaços de retaguarda" para apoiar lares
Covid-19
14 de abr. de 2020, 17:52
— Lusa/AO Online
O
que tem estado a ser feito “com a situação dos lares é também criar
mecanismos especiais de apoio para quando é preciso retirar as pessoas
dos lares, criando espaços de retaguarda”, a par de “um programa de
reforço dos recursos humanos”, através do Instituto do Emprego e
Formação profissional (IEFP), afiançou Ana Mendes Godinho, em Évora. A
ministra foi questionada pelos jornalistas sobre o facto de a
Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS)e a União
das Misericórdias Portuguesas (UMP) terem pedido a intervenção do
Presidente da República, na segunda-feira, no sentido de ser encontrada
uma solução para retirar dos lares os utentes com covid-19, a doença
provocada pelo novo coronavírus.“A
preocupação que foi sinalizada quer pela CNIS, quer pela UMP, é
encontrar espaços de retaguarda também para as pessoas que tenham teste
positivo mas que não tenham sintomas. Sabemos que, muitas vezes, são
pessoas que têm dificuldade de mobilidade e, portanto, temos também que
tentar perturbar o menos possível a vida destas pessoas”, afirmou. Ana
Mendes Godinho lembrou que “existe um protocolo completamente
identificado e definido sobre como tratar cada uma das situações, sempre
que se detetam casos positivos nos lares”, ou seja, quando têm
sintomas, “as pessoas devem ir para os hospitais”.“Quando
não tenham sintomas, deve-se encontrar uma solução alternativa que,
depois, deve ser avaliada em função da capacidade que o espaço tem de
ter isolamento e de ter, em simultâneo, dois espaços separados para
pessoas que tenham teste positivo ou teste negativo”, acrescentou. Mas,
além disso, “criámos espaços de retaguarda para as duas situações,
sejam situações em que as pessoas tenham teste negativo, sejam espaços
próprios preparados para pessoas quando tenham teste positivo, ainda que
sem sintomas”, adiantou.Este trabalho foi
feito em conjunto com a Proteção Civil, as Forças Armadas, as câmaras
municipais e a Segurança Social, com o objetivo de que, “em cada um dos
territórios”, exista “esta capacidade de ter estas camas, estes espaços
próprios para estas pessoas, respondendo à preocupação” dos casos “em
que os lares não conseguem responder à situação”, frisou.Questionada
sobre o caso do Alentejo, a ministra referiu que “estão a ser criados
esses espaços” nomeadamente para pessoas com “teste de covid-19
positivo”.“Os espaços já existem, são
espaços das Forças Armadas que estão a ser mobilizados e preparados,
nomeadamente com recursos humanos e com equipamentos de proteção
individuais para gerir essas situações”, caso venha a ser necessário
ativá-los, sublinhou.De qualquer forma,
enfatizou, a situação dos lares “tem de ser analisada caso a caso, para
perturbar o mínimo possível a vida das pessoas”.Ana
Mendes Godinho e o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior,
Manuel Heitor, deslocaram-se hoje ao polo da Mitra da Universidade de
Évora (UÉ) para visitarem o Laboratório de Virologia Vegetal do
Instituto Mediterrâneo para a Agricultura, Ambiente e Desenvolvimento
(MED), onde começou a funcionar, na segunda-feira, uma unidade que
realiza testes à covid-19.