Ministra diz que é possível inverter agravamento da situação com medidas certas
Covid-19
19 de out. de 2020, 15:34
— Lusa/AO Online
"Claro
que os cálculos resultam na aplicação de modelos matemáticos que nós
podemos inverter se conseguirmos tomar medidas e medidas eficazes. Isso
depende de cada um de nós e eu não posso deixar de voltar a fazer essa
referência", sublinhou a ministra da Saúde, Marta Temido, no final de
uma reunião com o Presidente da República, no Palácio de Belém, que
demorou cerca de 90 minutos.Sobre os
assuntos abordados na reunião com Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou que
foram questões de "natureza de avaliação da situação do país" e de
outros países e de "informação mais de pormenor sobre a situação
epidemiológica"."No fundo, foi o detalhar
de um conjunto de informações e a discussão das hipóteses que se colocam
perante a evolução da pandemia, que cenários é que se imagina que
venham a suceder", disse a ministra, sem precisar quais são esses
cenários. Recordou que o chefe de Estado
tem mantido contactos regulares, também com o Ministério da Saúde, no
sentido de avaliar constantemente a evolução da situação pandémica."Não
é uma realidade nova é algo que se vem mantendo desde há vários meses e
semanas concretamente através daquilo que designa como as reuniões do
Infarmed", disse a ministra. Questionada
sobre a possibilidade de um recolher obrigatório ou de um novo
confinamento, Marta Temido disse que o Governo tem "procurado sempre
atuar de acordo com aquilo que é a informação epidemiológica, a sua
evolução, e os princípios da proporcionalidade, mas também da precaução
em saúde pública"."Será com base nestas
nestes dois eixos que continuaremos a tomar decisões procurando
obviamente acompanhar aquilo que é o desejo de todos", afirmou, para se
encontrar "um equilíbrio o mais virtuoso possível entre a capacidade" de
o país se manter a funcionar como sociedade e os bens que é preciso
proteger.Disse ainda que as medidas de
saúde pública são determinadas com uma periodicidade que o Governo tem
procurado "sempre garantir" e que são comunicadas na sequência de
reuniões do Conselho de Ministros."São
medidas que não competem ao Ministério da Saúde e, portanto, neste
momento o nosso foco é de aplicar as medidas que foram determinadas na
última reunião do Conselho de Ministros e aplicá-las adequadamente e
garantir o seu cumprimento e continuar a trabalhar em duas vertentes que
me parecem muito importante", vincou. Por
um lado, "tentar aliviar a pressão" sobre o SNS", abrindo mais camas de
cuidados intensivos e contratar mais pessoas, disse, realçando o início
das obras de alargamento das unidades de cuidados intensivos no
Hospital Amadora-Sintra e de "outros que estão no mesmo processo".Questionada
sobre a articulação com os setores privados e social, a ministra
recordou que desde abril que o SNS tem ativo um acordo de convenção ao
qual podem aderir entidades destes setores e que as administrações
regionais de saúde podem acionar caso considerem necessário."Sei
que as administrações regionais de saúde estão a fazer contactos com
várias entidades para tentar garantir que há capacidade de expansão mais
que aquela que está no Serviço Nacional de Saúde", sublinhou.Perante
"a muita preocupação" que "muitas vezes" tem ouvido a propósito das
camas do SNS, Marta Temido lembrou que o SNS tem cerca de 21 mil camas,
18 mil das quais estariam disponíveis para a covid-19 "em termos
teóricos", porque "estão a ser ocupados para tratar outros doentes", mas
"a capacidade de expansão do Serviço Nacional de Saúde existe". "Naturalmente
que nós só desmarcaremos atividade programada se tal se vier a
manifestar necessário porque a nossa função é equilibrar o melhor
possível as respostas às suas necessidades", defendeu.A
ministra da Saúde foi a primeira de um conjunto de personalidade da
área da Saúde que Marcelo Rebelo de Sousa pretende ouvir sobre a
pandemia de covid-19.