Ministra da Saúde reafirma que Natal não poderá ser “igual” ao dos outros anos
Covid-19
25 de nov. de 2020, 18:37
— Lusa/AO Online
“Neste
momento estamos ainda a lutar para chegar o melhor possível aos
primeiros dias de dezembro (…) mas há uma coisa que é já muito clara:
não vamos poder ter um Natal igual ao dos anos anteriores. Por muito que
a situação epidemiológica melhore”, disse a governante.Marta
Temido falava em conferência de imprensa nas instalações da
Administração Regional de Saúde do Norte depois de ter visitado de manhã
os concelhos de Guimarães e Vila Nova de Famalicão, ambos do distrito
de Braga.Depois de ter feito uma análise
das reuniões que manteve de manhã, concluindo que o país tem mostrado
“capacidade de utilizar o melhor que tem do sistema de saúde e do
Serviço Nacional de Saúde”, Marta Temido respondeu a questões
relacionadas com a adoção de medidas em locais do país com maior risco
de contágio.“Precisamos de nos concentrar
em quebrar cadeias de transmissão e conter a doença. Alguns países que
iniciaram o crescimento desta segunda vaga mais cedo e que adotaram
medidas de contenção mais cedo, estão já a conseguir antecipar um pouco
melhor o que vai ser o mês de dezembro. Nós também estamos a fazer essa
análise e essa avaliação”, disse.Sobre o
Natal, a ministra, além do alerta sobre a necessária mudança de rotina
face a anos anteriores, disse que “só daqui a algum tempo conseguiremos
perceber qual o nível de restrição que teremos nessa altura do ano”.Na
terça-feira, foi noticiado um documento do Centro Europeu de Prevenção e
Controlo de Doenças (ECDC) que estima que se os países que em outubro e
novembro tomaram novas medidas para controlar a pandemia as levantassem
a 21 de dezembro, os internamentos hospitalares aumentariam na primeira
semana de janeiro.O ECDC faz estimativas
de evolução da pandemia até 25 de dezembro tendo em conta as medidas
entretanto tomadas pelos países europeus, apontando que se as medidas
fossem suspensas, por exemplo, em 07 de dezembro, “o aumento de
internamentos poderia começar a ocorrer antes de 24 de dezembro”.As
projeções do ECDC indicam que Portugal deve atingir até ao final de
novembro o pico de novos casos de covid-19, mas que o pico de óbitos
deve acontecer já em dezembro, com um número diário que se poderá manter
elevado até ao Natal.Ao contrário de
outros países, cuja realidade ultrapassou as projeções do ECDC em número
de casos e óbitos, como por exemplo em Espanha e em Itália (casos) ou
os Países baixos (óbitos), Portugal ficou, segundo este documento,
sempre abaixo dos valores estimados pelo centro europeu.Também
de acordo com dados do ECDC, relativos aos últimos 14 dias, Portugal é
um dos países da Europa com maior número de casos por cada 100 mil
habitantes, tendo registado em média, 792.4 casos por cada 100 mil
habitantes, um valor que fica à frente do que foi registado por países
mais fustigados ou onde a pandemia tem sido evoluído de forma
preocupante, como Itália, Suécia, França, Espanha, Reino Unido ou
Bélgica. Confrontada com estes dados,
Marta Temido disse: “Neste momento o que sabemos é que temos de
persistir, mais do que estar a considerar alívios ou agravamentos”.“Este
vai ser um trabalho que vai durar muitos meses. A mensagem aos
portugueses é de esperança na vacina, de que vamos dispor, mas também na
necessidade de continuarmos a adotar um conjunto de comportamentos que
não podemos prescindir para controlar a doença nos próximos tempos”,
referiu.