Ministra da Saúde pediu auditoria para aferir problemas no reencaminhamento da Linha SNS24
27 de dez. de 2024, 11:01
— Lusa/AO Online
Ana Paula Martins falava aos
jornalistas no final de uma visita ao Hospital de Nossa Senhora do
Rosário, no Barreiro, distrito de Setúbal, uma unidade que tinha as
urgências cheias de utentes.Questionada
sobre o caso ocorrido em Torres Vedras de uma criança encaminhada para
uma urgência que estava fechada, divulgado pela SIC, e dos casos de
outros utentes em Loures, divulgados pela RTP, de que na manhã desta sexta-feira
estiveram uma hora a ligar para a linha SNS24 sem sucesso, a ministra
assegurou que a auditoria terá uma resposta dentro de pouco tempo.“Tenho
conhecimento de que esse caso aconteceu. Já falei com a senhora
presidente dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, que
imediatamente acionou uma auditoria interna para saber exatamente o que
se passou”, disse adiantando que “dentro de poucas horas, amanhã o mais
tardar” já se saberá “exatamente o que aconteceu”.Ana Paula Martins admitiu contudo que terá havido uma falha de comunicação entre o hospital e a linha SNS24.“Parece
ter havido de facto uma falha de comunicação entre o hospital e a
linha, ou seja, quem está na linha a atender e a fazer a triagem tem que
saber que aquele hospital já não está a conseguir receber doentes
pediátricos, ou emergentes", explicou.A
ministra admitiu ainda que poderá ter havido outro caso semelhante pelo
que assegura que é importante perceber onde houve falhas para que sejam
corrigidas.Segundo a SIC Noticias, uma
criança de cinco anos do Ameal, no concelho de Torres Vedras, foi
encaminhada para o serviço de urgências pediátricas do Hospital de
Torres Vedras, que a mãe tinha visto na página da ULS Oeste que estava
encerrado.Da linha, que segundo a mãe da
criança demorou hora e meia a atender, insistiram que as urgências
pediátricas estavam abertas e que levasse o filho o quanto antes para
ser observado. A mãe da criança, Vanda
Almeida, adianta a Sic Noticias, decidiu então procurar assistência
noutro hospital, sendo que o mais próximo era o das Caldas da Rainha, a
40 quilómetros de casa, e quando a criança foi finalmente observada, a
pediatra confirmou que as dores eram provocadas por uma otite e uma
inflamação na garganta.A ministra da Saúde disse ainda que apesar destes casos “quer deixar uma palavra de confiança” no sistema.“São
milhares e milhares de chamadas e portanto estas situações têm que ser
reparadas, mas gostava muito de transmitir à população que não perca, de
maneira nenhuma, a confiança no SNS24, porque ele, maioritariamente,
está a funcionar muito bem”, disse adiantando que nesta altura existe
uma sobrecarga da linha destacando ainda o facto de estarem em curso no
país 20 projetos da medida “Ligue Antes, Salve Vidas”.Segundo
dados dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS), hoje
divulgados, a Linha SNS 24 atendeu este ano mais de 3,4 milhões de
chamadas, quase o dobro comparativamente ao mesmo período de 2023, sendo
dezembro o mês com maior número de atendimentos.Os
Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, gestor da Linha SNS 24,
atribuem este “resultado histórico” de chamadas atendidas este ano, mais
87% face ao mesmo período de 2023, à “expansão de serviços” resultantes
de iniciativas como o projeto “Ligue Antes, Salve Vidas”.De
acordo com os dados, em dezembro, até ao dia de Natal, o serviço
atendeu mais de 390 mil chamadas, tendo ultrapassado o valor de novembro
(388 mil). O recorde do ano foi atingido a 16 de dezembro, com 21.187
chamadas atendidas, “uma evolução que vai ao encontro do que tem sido o
padrão de incidência das doenças respiratórias”.“O
tempo médio de espera para este ano situa-se aproximadamente em um
minuto e 48 segundos, pouco acima dos 57 segundos de 2023, apesar de o
número de chamadas quase ter duplicado”, referem os SPMS.