Ministra da Saúde ouvida no parlamento em setembro sobre a situação do INEM
19 de jul. de 2024, 16:18
— Lusa/AO Online
Após
a reunião da Comissão de Saúde, o deputado socialista João Paulo
Correia adiantou que “PSD impediu a audição da ministra da Saúde na
próxima semana”, uma data que disse merecer a concordância dos restantes
partidos.A ida de Ana Paula Martins ao parlamento ficou por isso agendada para setembro.“O
PS lamenta profundamente esta decisão do PSD de impedir a audição da
ministra da Saúde” nos próximos dias, salientou o coordenador da bancada
do PS na Comissão de Saúde.João Paulo
Correia considerou ainda que a documentação entregue esta semana aos
deputados pelo ex-presidente do INEM, Luís Meira, prova que o anterior
conselho diretivo do instituto “apresentou insistentemente soluções”
para um novo concurso público internacional destinado a assegurar o
serviço de helicópteros de emergência médica.“Isso
desmente a ministra da Saúde, que, no dia 30 de junho, disse
publicamente que nunca o INEM apresentou uma solução para o concurso
público internacional”, referiu o parlamentar socialista, para quem há
também “um braço-de-ferro dentro do Governo entre as áreas da Defesa e
da Saúde” sobre o eventual envolvimento da Força Aérea no transporte
aéreo de emergência.Num esclarecimento
enviado à Lusa nesse dia, o Ministério da Saúde esclareceu que o INEM
podia ter lançado concurso público para o serviço de transporte aéreo de
doentes com base numa resolução do Conselho de Ministros de 2023,
evitando um novo ajuste direto do serviço a partir de 01 de julho.Nessa
altura, o ministério garantiu que questionou por várias vezes o
anterior conselho diretivo do INEM sobre o serviço de transporte de
emergência em helicópteros, mas o instituto “nunca apresentou uma
solução” ao abrigo da Resolução do Conselho de Ministros de outubro de
2023, que autorizava a despesa relativa ao lançamento de um novo
concurso público para o período 2024-2028.Na
quarta-feira no parlamento, Luís Meira acusou o Ministério da Saúde de
negligência na questão da contratação do serviço dos helicópteros,
alegando que a tutela nunca ajudou o instituto a resolver a situação.O
ex-responsável do INEM entregou ainda à presidente da Comissão de Saúde
um dossiê “com todas as evidências e todos os contactos” entre o INEM e
a tutela sobre esse processo e garantiu que, na sequência de reuniões
realizadas em 24 e 25 de junho, obteve “silêncio absoluto” da parte do
ministério.O conselho diretivo INEM
presidido por Luís Meira apresentou em 01 de julho a sua demissão à
ministra da Saúde, alegando a “quebra de confiança na atual tutela”,
pedido que foi aceite por Ana Paula Martins.Nesse
dia, o INEM avançou com um novo contrato com o atual operador, por
ajuste direto, para garantir a continuidade do serviço dos quatro
helicópteros de emergência médica, dois médios a operar 24 horas por dia
e dois ligeiros a operar apenas no período diurno, à semelhança do que
já vinha acontecendo desde 01 de janeiro.