Ministra da Justiça descarta novo regime excecional de libertação de reclusos
Covid-19
9 de nov. de 2020, 12:06
— Lusa/AO Online
Francisca Van Dunem respondia a vários
deputados, durante a discussão na especialidade do orçamento do Estado
para 2021, que quiseram saber se o governo pretendia renovar a
possibilidade de serem libertados mais presos, permitindo uma nova
reorganização interna dos estabelecimentos prisionais, nesta segunda
vaga da pandemia. “O Governo não pensa
apresentar mais nenhuma proposta para libertar pessoas em contexto de
emergência”, afirmou a ministra, que no início da pandemia defendeu a
libertação de detidos.Atualmente, o
estabelecimento prisional feminino de Tires tem um surto de covid-19
estando infetadas 128 reclusas, seis guardas e uma enfermeira, que estão
a cumprir o isolamento, tendo a ministra afirmando que “é um surto
localizado que está a ser tratado com as medidas definidas”. A
ministra lembrou que os estabelecimentos prisionais estiveram “quase
sete meses sem surtos” e que “os serviços prisionais adotaram um plano
de contingência muito rigoroso”.“Todas
guardas e reclusas foram já testadas e as infetadas estão separadas”,
acrescentou Francisca Van Dunem, sublinhando que até ao momento foram
testados sete mil guardas prisionais num sistema de testes voluntários e
que qualquer recluso que reentre no estabelecimento prisional fica
sempre em quarentena. O regime excecional
de libertação de presos, no âmbito da pandemia da doença covid-19,
permitiu libertar 1.867 reclusos em abril, segundo dados direção dos
serviços prisionais, permitiu a concessão de um perdão parcial de penas
até dois anos, definiu um regime especial de indulto, autorizou saídas
administrativas extraordinárias de reclusos e previu a antecipação
excecional da liberdade condicional.