Ministra da Justiça antecipa reformas nos tribunais administrativos e reforço de meios
10 de jan. de 2023, 18:09
— Lusa
Catarina
Sarmento e Castro garantiu na cerimónia de abertura do ano judicial, no
Supremo Tribunal de Justiça, em Lisboa, que já existe hoje o Plano
Estratégico para os Tribunais Administrativos e Fiscais, estruturado em
torno de cinco objetivos, nomeadamente, a melhoria da gestão judiciária,
a otimização da atividade dos tribunais superiores, a agilização
processual, a digitalização e o reforço de recursos humanos.Sobre
este tema, assegurou que, neste início de 2023, o seu ministério está a
trabalhar para a aprovação do “primeiro pacote legislativo da reforma
da justiça administrativa”, que integra, entre outros, o diploma que
dotará o Conselho Superior dos Tribunais Administrativos e Fiscais
(CSTAF) dos "meios necessários a uma gestão mais eficiente”, além de
outras mudanças.Entre as alterações
sobressaem a especialização na segunda instância; o regime de criação de
equipas de juízes, especializadas e pontuais, de recuperação de
pendências; um mecanismo de incentivo à extinção da ação por negócio
processual e a implementação de uma “forma de processo simplificada”, a
aplicar a título experimental num tribunal piloto para ações de valor
inferior a 5.000 euros e de baixa complexidade.No
que diz respeito aos meios humanos, Catarina Sarmento e Castro
assinalou o recrutamento de 200 oficiais de justiça e 150 guardas
prisionais e o “reforço plurianual histórico" da Polícia Judiciária (PJ)
entre 2022 e 2026, “num total de 1.100 novos profissionais”,
destacando-o entre as respostas no combate à corrupção e à criminalidade
económico-financeira."Se a esta conquista
somarmos a modernização tecnológica e o desenvolvimento dos sistemas de
informação e comunicação da PJ a que se vem procedendo, fica bem
evidente o empenho que temos posto no reforço da resposta pericial",
observou a ministra, dizendo que já se está também a dar cumprimento ao
Mecanismo Nacional Anticorrupção (MENAC) e que cabe à PJ e ao Ministério
Público investigarem e aos tribunais aplicarem as normas. A
ministra abordou ainda a importância da recuperação de ativos obtidos
pelos agentes do crime, ao considerar ser “imprescindível, para cabal
eficiência do sistema, que o próprio sistema seja capaz de impedir que
esse agente retire proveitos do lucro que foi obtido, em prejuízo de
toda a comunidade”. E continuou: "A prevenção e a eliminação da
corrupção é um desígnio que a todos nos move”.Catarina
Sarmento e Castro confirmou a criação em Vila do Conde de um polo de
formação do Centro de Estudos Judiciários e realçou ainda o lançamento
de obras nos tribunais de Beja, Torres Vedras e Aveiro. A renovação
estende-se ao parque penitenciário, com um investimento de 24 milhões de
euros, citando os casos da Horta (Açores) e do Estabelecimento
Prisional de Lisboa, cujo encerramento está em marcha através de
reformulações nas prisões de Alcoentre, Linhó, Sintra e Tires.