Ministra da Administração Interna justifica novo diretor da PSP com “reestruturação profunda”
7 de mai. de 2024, 17:46
— Lusa
Em
declarações aos jornalistas, Margarida Blasco disse que a exoneração na
segunda-feira de José Barros Correia do cargo de diretor nacional da
PSP está relacionada com “a profunda reestruturação da PSP”.“Apostamos
num novo homem para fazer esta alteração”, precisou a ministra, no
final da cerimónia que assinalou os 16 anos da Unidade Especial de
Polícia (UEP).O novo diretor nacional da PSP é Luís Carrilho, atual comandante da UEP, e foi indigitado pela ministra na segunda-feira.Margarida
Blasco afirmou que o Governo vai fazer “uma reestruturação operacional e
reorganizar todo o dispositivo da PSP no sentido de responder a novas
ameaças e compreender os fenómenos que estão a acontecer em vários
centros urbanos”.“Convidei Luís Carrilho
para comandar e estar connosco neste projeto que o Governo expôs no seu
programa eleitoral”, disse, sem explicar os motivos da exoneração de
José Barros Correia, que estava no cargo desde setembro de 2023.Numa
mensagem enviada a todo o efetivo da PSP na segunda-feira, José Barros
Correia atribuiu o seu afastamento do cargo à “exclusiva iniciativa” da
ministra da Administração Interna e referiu que vai agora para a
pré-aposentação depois de 40 anos na PSP.Sobre
José Barros Correia, a governante apenas disse que “honrou com toda sua
humanidade, lealdade a PSP”, mas “neste momento há um novo projeto” e o
Governo conta com Luís Carrilho “para fazer uma reestruturação da PSP
de um modo consequente e célere”.Questionada
sobre qual a reestruturação que o Governo vai fazer na PSP, Margarida
Blasco referiu que se trata de “reequacionar o dispositivo no território
nacional”, investir no programa Escola Segura, medidas de segurança
urbana e policiamento de proximidade, que passam em pôr “mais homens e
mulheres nas ruas no sentido de haver maior prevenção e visibilidade”.
A ministra afastou igualmente que José Barros Correia tenha sido
afastado do cargo por ter defendido várias vezes melhores salários para
os polícias e que deviam passar a receber um suplemento idêntico ao da
Polícia Judiciária. “A questão do
suplemento de risco está em negociação com os sindicatos e não tem a ver
com a reestruturação da polícia. Como qualquer negociação tem avanços e
impasses, mas estou certa que vamos chegar a uma boa solução”, disse.No
discurso, a ministra destacou o currículo de Luís Carrilho,
considerando que “é a pessoa certa no lugar certo” para comandar e
apoiar as necessidades e anseios dos polícias e para dirigir os destinos
da PSP.Enquanto discursava como
comandante da UEP, Luís Carrilho falou sobre a recente indigitação para o
cargo de diretor nacional e deixou um apelou aos polícias: “Espero
também sempre a vossa dedicação incondicional à causa pública dentro da
legalidade e na defesa intransigente do nosso maior capital que são os
cidadãos e a pátria”.Na cerimónia de
aniversário da UEP, José Barros Correia não esteve presente, fazendo a
direção nacional da PSP representar-se pelo diretor nacional adjunto,
Paulo Lucas.