Ministra confirma “até 20 militares” portugueses na missão de treino da UE
15 de nov. de 2022, 18:30
— Lusa/AO Online
Em
declarações à saída de uma reunião de ministros da Defesa da UE, a
ministra, que no início do mês já adiantara que Portugal deveria
participar nesta missão de assistência militar às Forças Armadas da
Ucrânia com “cerca de duas dezenas de militares”, apontou que a missão
está neste momento a ser planeada entre os 27, mas apontou que Portugal
já identificou as áreas privilegiadas de formação e confirmou a
estimativa de participação de até 20 militares.“Analisámos
a nova missão da UE de apoio à Ucrânia, uma missão de assistência
militar, de treino, em que vamos progredindo na respetiva organização.
Portugal vai participar com até 20 militares, que vão treinar soldados
ucranianos”, disse. Apontando que “esta é a
primeira missão de treino da UE em território europeu”, e que ainda
“está neste momento a ser planeada”, Helena Carreiras notou que “há duas
localizações neste momento onde estarão os quartéis-generais da missão,
na Alemanha e na Polónia – no caso do treino básico na Polónia, no caso
do treino mais especializado na Alemanha”, e, insistindo que ainda não
foi decidida a distribuição de militares da UE, algo que espera que seja
“concretizado muito em breve”, antecipou que haja militares portugueses
nos dois países.Helena Carreiras revelou
que deverá igualmente haver “a possibilidade de oferta também de módulos
de formação em vários outros países” da UE.Questionada
sobre se Portugal poderia acolher um desses módulos de treino, a
ministra admitiu que sim, “se eventualmente for essa uma das
possibilidades, se for adequado relativamente ao tipo de formação em
causa”, do mesmo modo que também admite a possibilidade de Portugal
“participar com outros países em módulos que sejam oferecidos noutros
países”. “Há uma possibilidade de podermos colaborar com Espanha, mas tudo isso está em definição neste exato momento”, declarou.Definidas
estão as áreas privilegiadas de treino identificadas por Portugal,
“designadamente o treino básico, o treino de tiro, a área médica e a
desminagem”, apontou.Por outro lado, e
recordando que há muito as autoridades portuguesas deram conta da sua
disponibilidade para receber feridos ucranianos, Helena Carreiras
revelou que “finalmente” há “um pedido da Ucrânia” no sentido de
Portugal acolher feridos.“Não sabemos
ainda quantos, nem em que situação, mas naturalmente reiterámos a nossa
vontade e capacidade de poder receber esses feridos. Veremos o que
acontecerá nos próximos tempos”, declarou. No
dia em que o Conselho da União Europeia lançou formalmente a missão de
assistência militar para treinar até 15 mil efetivos das Forças Armadas
ucranianas – hoje discutida a nível de ministros da Defesa, depois de
aprovada na véspera pelos ministros dos Negócios Estrangeiros -, o
secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, que participou no almoço de
trabalho com os 27, desvalorizou o facto de esta missão de treino ser
lançada apenas agora, quase nove meses depois de a Rússia ter invadido a
Ucrânia, em fevereiro passado.Stoltenberg
enfatizou que os Aliados têm dado treino às forças ucranianas desde
2014, apontando que “sobretudo os Estados Unidos, o Reino Unido e o
Canadá” ministraram “treino significativo”, na própria Ucrânia, desde a
anexação ilegal da Crimeia pela Rússia, há oito anos, e a formação tem
prosseguido, fora do território ucraniano – só este ano já foram
treinados 10 mil efetivos no Reino Unido, assinalou -, e muitas vezes
com a participação de países que são membros da União Europeia.Defendendo
a importância de providenciar mais treino, “porque os ucranianos estão a
travar uma batalha sangrenta e extremamente desafiante”, o
secretário-geral da NATO saudou por isso “a decisão da UE de estabelecer
uma missão de treino para as forças ucranianas”, reforçando que tal
“complementa o que os aliados da NATO já têm feito” e que, advogou, se
revelou extremamente importante.“Dezenas
de milhares de tropas ucranianas já foram treinados por aliados da NATO e
isso ajudou os ucranianos a fazerem face à invasão da Rússia”, afirmou
Stoltenberg.