Ministra apela para cumprimento de medidas e reitera confiança na vacinas
Covid-19
23 de mar. de 2021, 16:43
— Lusa/AO Online
Em declarações após a
reunião de especialistas que hoje decorreu no Infarmed, Marta Temido
lembrou que, não obstante o processo de desconfinamento ter começado há
menos de 15 dias e estar ainda na primeira fase, a mobilidade está a
aumentar e há uma menor utilização do teletrabalho.Marta
Temido insistiu para que, sempre que possível, se continue a optar
“pelo teletrabalho e pela restrição dos contactos sociais ao mínimo
indispensável”.“O vírus continua a estar
presente no espaço europeu”, afirmou, frisando que, por isso, não podem
ser aliviadas as medidas de prevenção.Questionada
sobre a paragem na vacinação com a vacina da AstraZeneca, a ministra
sublinhou que se tratou de “uma pausa” e não de “uma suspensão”,
reiterando a confiança nas vacinas.“Qualquer
vacina, ou qualquer medicamento, passa por uma avaliação da agência
europeia do medicamento [EMA] que tem décadas de trabalho confiável e
transparente”, afirmou a governante, lembrando que o que Portugal fez
foi seguir as recomendações da EMA.“As
vacinas são seguras. Têm, como qualquer medicamento, um contexto de
indicações e restrições e os países têm de as seguir”, afirmou.Em
relação à vacina da AstraZeneca, a ministra explicou que Portugal teve
inicialmente uma restrição etária, apenas enquanto aguardava mais
estudos, tendo depois passado a aplicar também a vacina ao grupo etário
acima dos 65 anos.“Depois, enquanto a EMA
fazia uma avaliação complementar fizemos uma pausa no processo. A
informação foi depois conhecida, a agência europeia do medicamento disse
que os benefícios desta vacina superam os riscos e que as eventuais
ocorrências em pessoas vacinadas – a terem correlação causal, o que
ainda não está confirmado - são raras no contexto dos milhões de
vacinados, chamando a atenção para os profissionais de saúde e as
próprias pessoas estarem atentos, como devem estar atentos à toma e
efeito de qualquer medicamento”, explicou.“O processo não foi suspenso. Foi posto em pausa. Há uma diferença de conteúdo”, insistiu.A
governante disse ainda que o plano é agora recuperar os dias de atraso
na administração, frisando: “Naturalmente que acreditamos que a melhor
forma de ganhar credibilidade é comunicar com transparência”, disse.Quanto
à situação epidemiológica, a ministra disse que se mantém estável, com
tendência decrescente no número novos casos, nos internamentos e na
letalidade e sublinhou que “não há inquéritos epidemiológicos em
atraso”.Chamou ainda a atenção para o
contexto europeu, com vários países com uma incidência elevada e riscos
efetivos de transmissão elevados, o que considerou “adverso e
preocupante”.“Tendo em conta o contexto
europeu, relativamente ao qual Portugal está em contraciclo, com o risco
efetivo [de transmissibilidade] a aumentar, ainda que a níveis abaixo
de 1 e num contexto de prevalência da variante inglesa de 70%, deveremos
manter atenção elevada e especial precaução relativamente à forma como
abordamos as próximas semanas”, afirmou.Disse
ainda que o importante é manter risco efetivo transmissão e os níveis
incidência controlados: “Se não acontecer corremos o risco de não andar
para afrente ou de ter de voltar para trás”, avisou.“Esperamos
conseguir manter níveis de risco de transmissão e, sobretudo, de
incidência que permitam continuar a progredir, mas temos de estar
atentos e isso envolve todos”, concluiu.