Ministra admite reforço do Fundo de Apoio Municipal para ajudar autarquias
Mau tempo
16 de dez. de 2022, 16:48
— Lusa/AO Online
Mariana
Viera da Silva respondeu no parlamento, em Lisboa, a preocupações
dos deputados sobre a ajuda a autarquias, moradores e comerciantes pelos
prejuízos causados pelas inundações ocorridas desde a semana passada,
sobretudo em zonas da Área Metropolitana de Lisboa e do Alentejo.A
ministra destacou que, em reunião com as autarquias afetadas, “ficou
acordado que os municípios fariam o levantamento dos estragos”, sem o
qual “é impossível definir” montantes e quais os apoios ou percentagens
de comparticipação que podem ser aplicados.A governante salientou ainda que “ficou claro” que “os municípios também têm de comparticipar” a reconstrução.“É
preciso ter em conta que há instrumentos que já existem, como o fundo
de emergência municipal, e que tem regras. O Governo disponibilizou-se
para, além dos instrumentos que já existem, poder definir novos
instrumentos em função dos danos. […] Disponibilizamo-nos para, se
necessário, aumentar os apoios e alterar essas regras”, disse.“O
Governo não deixará de recorrer a todo os patamares de ajuda”,
assegurou ainda, quando questionada sobre o pedido por diversos autarcas
para que o Governo decrete situação de calamidade, realçando que serão
acionados “todos os mecanismos que for necessário".A
ministra destacou ainda que o Governo pretende agilizar estes apoios,
mas é preciso que os municípios sejam rápidos a apresentar um
levantamento dos estragos, de preferência até ao final do ano ou, nos
casos em que isso não for possível, até 15 de janeiro.“Estamos
a trabalhar intensamente para responder às pessoas o mais rapidamente
possível. Durante a próxima semana teremos um primeiro levantamento.
Estamos a trabalhar, seremos rápidos e é esse o compromisso que aqui
assumo”, disse.Perante preocupações de
excessiva burocracia, a ministra destacou que o formulário para reportar
os danos já está disponível e que a validação dos estragos “será
simples e rápida”, bastando “uma fotografia”.Segundo
Vieira da Silva, o Governo deixou a primeira intervenção para a
Proteção Civil e para as autarquias, que são quem conhece melhor o
terreno, e viu “uma grande capacidade” das autarquias que visitou em
“recuperar de uma maneira impressionante”.Em
resposta ao Livre, que salientou a expectativa de que estes fenómenos
climáticos se tornem mais frequentes, Vieira da Silva admitiu a criação
de um mecanismo para facilitar uma reação sempre que ocorrerem estes
fenómenos extremos, mas salientou que, neste momento, o importante é
fazer face aos estragos.A chuva intensa e
persistente que caiu na terça-feira (dia 13) causou mais de 3.000
ocorrências, entre alagamentos, inundações, quedas de árvores e cortes
de estradas, afetando sobretudo os distritos de Lisboa, Setúbal,
Portalegre e Santarém.A Proteção Civil
registou mais de 7.950 ocorrências em território nacional, inclusive
4.841 inundações, e 88 desalojados desde as 00:00 do dia 07 e até às
08:00 do dia 15.Entre os prejuízos já
adiantados numa primeira avaliação, a Câmara de Loures estima que as
fortes chuvas que afetaram o concelho desde a semana passada ascendam a
“mais de 20 milhões de euros”, Oeiras apontou para mais de 12 milhões de
euros de prejuízo e o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos
Moedas, anunciou, ainda sem adiantar uma estimativa, a criação de um
fundo de pelo menos três milhões de euros para apoiar os comerciantes e
particulares que sofreram prejuízos com o mau tempo.No
distrito de Portalegre, o presidente da Câmara de Fronteira estimou
prejuízos “na ordem dos 18 milhões de euros” neste concelho, o de
Monforte entre seis e oito milhões de euros e o de Campo Maior de
“praticamente dois milhões de euros”.