Ministério reitera recomendações para manter aulas presenciais no ensino superior
Covid-19
3 de nov. de 2020, 18:01
— Lusa/AO Online
Num
documento enviado na segunda-feira às instituições, o gabinete do
ministro Manuel Heitor escreve que numa altura em que se regista um
agravamento da situação epidemiológica, “importa garantir condições
eficazes e de segurança na continuação das atividades académicas e
científicas em curso”. A garantia das
atividades presenciais é um dos três princípios elencados pela tutela
que deve reger o ano letivo 2020/21, com especial atenção para os
estudantes do 1.º ano para “reforçar a sua vinculação aos cursos e às
instituições”. O texto é enviado no
seguimento das medidas mais recentes de combate à covid-19, decididas no
sábado em Conselho de Ministros extraordinário, que preveem restrições
para 121 concelhos. “As decisões do
Conselho de Ministros são claras quanto ao caráter imprescindível da
totalidade do sistema educativo continuar em funcionamento e a
desenvolver a sua atividade regular”, escreve a tutela.Para
isso, as instituições devem continuar a assegurar o cumprimento das
medidas de segurança sanitária, garantindo também a presença dos
docentes e não docentes nas universidades e politécnicos. A
este propósito, o gabinete do ministro esclarece que a obrigatoriedade
do teletrabalho, uma das medidas anunciadas no sábado, não se aplica nos
casos de funções cujo exercício não possa ser remoto, incluindo aulas.
Mesmo nos casos em que seja necessário
desdobrar turmas, as aulas devem “ser ministradas nas instalações das
instituições, com soluções apoiadas por tecnologias digitais a
distância, mas sempre na presença de estudantes em número máximo
adequado às condições de segurança referidas”, acrescenta.Em
termos pedagógicos, o ministério considera ainda que o contexto atual
deve ser entendido como uma oportunidade para estimular a inovação e
modernização, através da experimentação e disseminação de práticas
inovadoras de ensino aprendizagem, designadamente modelos mistos. O ensino e estágios clínicos devem também continuar a ser não só assegurados, mas também estimulados. Por
outro lado, a propósito da segurança sanitária, o documento refere que
as instituições devem adotar “procedimentos realistas”, um trabalho que
passa também pela atualização regular dos planos de contingência e
monitorização permanente do seu impacto, “de forma a implementar, em
tempo real, as medidas de segurança adequadas a cada momento”.Concretamente,
é pedido que a duração das aulas e das avaliações seja adaptada para
garantir a renovação adequada do ar das salas, ao mesmo tempo que
promovem a supressão de pausas letivas, e é recomendada a vigilância dos
espaços livres para evitar ajuntamentos.É
também sugerida a promoção da utilização da aplicação “StayAway covid” e
de campanhas de testagem e de estudos imunológicos, com rastreios
serológicos periódicos e continuados, recorrendo também à capacidade
instalada e a novas técnicas de diagnóstico em instalação nos centros de
investigação das instituições.No
documento, a tutela aproveita ainda para reiterar alguns objetivos do
Governo no que respeita ao ensino superior, recordando que em plena
crise pandémica o concurso nacional de acesso permitiu colocar o maior
número de sempre de novos estudantes (cerca de 53 mil) nas universidades
e politécnicos públicos.“Se é verdade que
a incerteza e o desconhecimento sobre o futuro inundou as nossas
rotinas diárias, não será menos verdade admitir que, de forma também
inédita em Portugal, em tempos de crise presenciamos um momento
extraordinário de confiança dos jovens e das suas famílias no
conhecimento, na formação superior e nas suas instituições”, lê-se no
texto.O gabinete de Manuel Heitor sublinha
a importância de continuar a reforçar a ação social escolar, de
considerar os vários estratos etários no desenvolvimento de
competências, de reconhecer o papel do ensino superior e da ciência na
transição para o período pós-covid-19 e de priorizar a diversificação e
especialização do processo de ensino/aprendizagem.