Ministério Público da Venezuela emite 67 novos mandados de detenção por corrupção
10 de abr. de 2023, 09:55
— Lusa/AO Online
O anúncio foi feito pelo
Procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, na sua conta na rede
social Twitter, onde deu conta das últimas ações do MP em matéria de
combate à corrupção.“Balanço das últimas
72 horas da operação anticorrupção (…) solicitados 67 mandados de
detenção e 142 rusgas a nível nacional”, anunciou o Procurador.Segundo
Tarek William Saab, trata-se de ações empreendidas pelo Estado
venezuelano para “sancionar máfias” das empresas estatais Petróleos da
Venezuela SA (PDVSA), da Superintendência Nacional de Criptoativos
(Sunacri) e da Corporação Venezuelana de Guayana (CVG), vinculadas a
esquemas de corrupção.Em 26 de março o
Ministério Público (MP) da Venezuela informou que tinham sido detidos
altos funcionários públicos e empresários envolvidos em atos de
corrupção na empresa estatal Petróleos de Venezuela SA (PDVSA).O
MP adiantou que foram ainda detidos dois juízes e um advogado
alegadamente envolvidos em corrupção no sistema judicial venezuelano, e
emitidos mandados de detenção contra pessoas relacionadas com delitos em
operações com cripto-ativos.“Não estamos a
falar de um qualquer esquema de corrupção, estamos a falar de um dos
mais espalhafatosos dos últimos anos, que infelizmente vincula
funcionários do Estado venezuelano e empresários (…) que beneficiam com a
corrupção, e até jovens”, disse o procurador.As
detenções, disse, são o resultado da primeira fase de uma investigação
que envolve também um número bastante importante de altos e médios
funcionários dos poderes executivo, legislativo e judicial.Tarek
William Saab afirmou que se trata do 31.º esquema de corrupção
investigado pelo MP, desde 2017, e relacionado com a indústria
petrolífera venezuelana, que envolveu 194 pessoas, das quais 75 foram
julgadas e condenadas.Os detidos
relacionados com corrupção na petrolífera venezuelana são acusados de
delitos como apropriação ou desvio de bens públicos, uso de relações ou
influência, de branqueamento de capitais e associação criminosa.“Foi
detetada uma rede de funcionários que, aproveitando-se das suas
posições e níveis de autoridade, procederam a realizar operações
petrolíferas paralelas às da PDVSA (…) acreditando que não seriam
descobertos, através da Superintendência de Cripto-ativos (Sunacrip) e
do carregamento de petróleo em barcos, sem controlo administrativo ou
garantias, em violação dos regulamentos de contratação necessários para o
efeito”, explicou.A rede, disse,
recrutava jovens de ambos sexos para os incluir na rede de branqueamento
de capitais, a quem recompensava com uma vida de luxos, ilegal e
criminosa.E adiantou que, contra a
oposição, estão em curso cinco outras investigações por irregularidades
na empresa Monómeros, filial da PDVSA na Colômbia.A
oposição é ainda acusada de nomear embaixadores, e adidos de negócios
fictícios, diretores para o Banco Central da Venezuela e roubo de ativos
do país.O MP investiga ainda o desvio, pela oposição, de fundos de ajuda humanitária e atos de conspiração armada.