Ministério Público abre inquérito sobre insultos a futebolista Marega
17 de fev. de 2020, 17:54
— Susete Rodrigues/AO Online
"Confirma-se
a instauração de um inquérito. O mesmo encontra-se em investigação do
Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Guimarães", indica
uma resposta da PGR enviada à agência Lusa sobre o caso registado no
jogo de domingo.O esclarecimento da PGR
surge no mesmo dia em que o diretor nacional da PSP anunciou que está
analisar as imagens de videovigilância para que “rapidamente se consiga
identificar o aparente elevado número de pessoas que participaram nos
cânticos racistas” ao futebolista Marega, do FC Porto.“Temos
uma ‘task force’ a fazer isso [analisar as imagens de videovigilância] a
tempo inteiro para que rapidamente consigamos identificar o aparente
elevado número de pessoas que participaram nesses cânticos racistas”,
disse hoje à agência Lusa o diretor nacional da PSP,
superintendente-chefe Magina da Silva, à margem da tomada de posse do
número dois da Polícia e do comandante da Unidade Especial de Polícia
(UEP). O responsável pela Polícia de
Segurança Pública considerou um comportamento “inadmissível” a situação
que envolveu o jogador de futebol do FC Porto Marega, que pediu para ser
substituído, ao minuto 71 do jogo da 21.ª jornada da I Liga, por ter
ouvido cânticos e gritos racistas de adeptos da formação vimaranense,
numa altura em que os 'dragões' venciam por 2-1, resultado com que
terminaria o encontro.Segundo o diretor
nacional da PSP, em causa podem estar eventualmente dois tipos de
infrações, designadamente uma que é um crime previsto e punido pelo
Código Penal e outra que é uma contraordenação no âmbito desportivo da
lei do combate à violência no desporto.Magina da Silva frisou que vão ter de “responder nestas duas sedes quando forem identificados”.O
diretor nacional da PSP disse também que a divulgação de mensagens
racistas dentro de um campo de futebol é inédita com “esta dimensão e
estes efeitos”, mas “infelizmente já aconteceu pontualmente noutras
circunstâncias”.Também o secretario de
Secretário de Estado Adjunto e da Administração Interna, Antero Luís,
que presidiu à cerimónia de tomada de posse do diretor nacional adjunto
para a Unidade Orgânica de Operações e Segurança (UOOS) e do comandante
da UEP, considerou “uma situação intolerável” o que se passou no domingo
no estádio do Guimarães. “A PSP está a
fazer a identificação de todas as pessoas que se encontravam naquela
bancada para tentá-las levar à justiça, seja desportiva, seja a justiça
criminal. É esse o trabalho que está a ser feito e esperamos chegar a
bom porto e depois as autoridades judiciárias decidiram em
conformidade”, disse à Lusa Antero Luís.