Militar que derrubou Mugabe tomou posse como vice-presidente do Zimbabué
28 de dez. de 2017, 10:45
— Lusa/AO online
Na semana passada, Constantino Chiwega tinha apresentado a demissão do cargo de chefe do Exército. Além
de Chiwenga tomou também posse como novo vice-presidente do Zimbabué, o
ministro da Defesa, Segurança e Veteranos de Guerra, Kembo Mohadi. De
acordo com a ZBC a cerimónia decorreu no Palácio Presidencial em
Harare, residência oficial do chefe de Estado Emmerson Mnangagwa. Vozes
mais críticas encaram a nomeação de Chiwenga como um prémio pelo papel
que desempenhou no afastamento de Robert Mugabe, no poder há 37 anos.O golpe militar pôs também fim às intenções da mulher de Mugabe, Grace Mugabe, de suceder ao marido na presidência do Zimbabué. Por
outro lado, o partido no poder, ZANU-PF, sempre manteve ex-militares em
altos cargos depois da guerra de independência contra a minoria branca,
nos anos 1970. O
advogado de Harare, Fadzayi Mahere, uma das personalidades mais
críticas do governo, escreveu numa mensagem difundida através da rede
social Twitter que o Executivo sempre esteve “cheio de ex-militares
desde o primeiro dia”.“Não se pode mostrar o ‘cartão vermelho’ a Chiwenga apenas porque vem do Exército”, acrescentou. “Temos
de focar-nos nos planos que tem para o progresso do país. Qual é a
visão que ele tem para o Zimbabué. O que pretende oferecer ao povo?”
questionou o advogado. Chiwenga
- que foi substituído nas Forças Armadas pelo general Valerio Sibando
no dia 18 de dezembro – dirigiu a operação militar contra o governo de
Mugabe tendo participado nas negociações que acabaram com a demissão do
ex-presidente no dia 21 de novembro.