Milhares de profissionais de saúde franceses exigem melhores condições
Covid-19
21 de jan. de 2021, 17:19
— Lusa/AO Online
Em
Paris, centenas de pessoas manifestaram-se em frente ao Ministério da
Saúde agitando cartazes pedindo melhores condições de trabalho e aumento
de salários.“Dinheiro para o hospital,
não para o capital!” e “A Nossa luta, a sua saúde” eram inscrições em
alguns dos cartazes empunhados por profissionais de saúde e de segurança
social que saíram à rua em diversas cidades francesas.“Nos
nossos estabelecimentos faltam muitos profissionais”, disse Mireille
Stivala, secretária-geral da central sindical CGT, acrescentando que os
seus associados consideram que é preciso aumentos salariais para tornar
estas áreas de emprego mais atrativas, quando a pandemia revela que os
meios humanos para a combater são insuficientes.“Também
denunciamos que, apesar da pandemia, apesar das dificuldades em
acomodar as populações, este Governo ainda está a reestruturar
estabelecimentos e a cortar empregos”, disse Stivala.Ramos
Vila, secretário-geral do Sindicato Social de Saúde do sul de França,
salientou a necessidade de oferecer condições de trabalho dignas para
todos os trabalhadores da área da saúde e da segurança social.Em
Marselha, vários milhares de manifestantes, de acordo com a CGT, também
se manifestaram, agitando cartazes que diziam "Sem euros, sem emprego”
ou "Quem semeia miséria colhe a ira”.Os
protestos acontecem no dia em que o Governo francês admitiu a
possibilidade de um novo confinamento geral, se a variante britânica do
novo coronavírus aumentar significativamente em França.“Se
a presença dessa variante aumentar significativamente e seguirmos a
trajetória do Reino Unido, o confinamento geral provavelmente será uma
necessidade absoluta”, disse Olivier Véran, ministro da Saúde francês.“Quando
falo de corrida contra o tempo, peso as minhas palavras. (...) É um
fator determinante para os dias, as semanas e os meses que virão”,
acrescentou o ministro.Em França, a
variante britânica do novo coronavírus representa, nesta altura, apenas
cerca de 1,4% da contaminação diária total de covid-19, de acordo com
relatórios desta semana.Outras variantes,
incluindo uma detetada inicialmente na África do Sul, também preocupam
as autoridades francesas, já que, além de mais transmissíveis, como a
variante britânica, parecem ameaçar comprometer a eficácia das vacinas
contra a covid-19.