Milhares de pessoas manifestam-se em Seul pela destituição do Presidente do país
4 de dez. de 2024, 16:48
— Lusa/AO Online
Segurando cartazes
com frases como “Yoon Suk-yeol deve se demitir”, os manifestantes
marcharam pela avenida principal da capital coreana em direção ao
parlamento para se encontrarem com outro protesto organizado pelos
partidos da oposição, disseram os jornalistas da agência de notícias
AFP.Os sul-coreanos saíram às ruas hoje
para demonstrar a sua insatisfação com o Yoon Suk-yeol, cuja tentativa
de impor a lei marcial no país, na terça-feira, chocou os cidadãos desta
jovem democracia.Ao longo do dia, as ruas
da capital Seul foram atravessadas por pequenos grupos de manifestantes
e polícias, enquanto os sindicatos convocavam uma greve geral e a
oposição exigia a demissão do presidente, acusando-o de rebelião. Na
praça central da cidade, os manifestantes distribuem velas e bebidas
quentes enquanto se preparam para uma noite de manifestações. Dizem
estar prontos para permanecer mobilizados até a saída do Presidente.Numa
decisão que surpreendeu o país, Yoon decretou na terça-feira a lei
marcial para “eliminar os elementos hostis ao Estado” e “proteger a
Coreia do Sul liberal das ameaças colocadas pelas forças comunistas
norte-coreanas”.O parlamento aprovou em
seguida uma resolução a anular a decisão presidencial e Yoon, que foi
criticado pelo seu próprio partido Poder Popular, levantou a lei marcial
seis horas depois de a ter decretado.Os
legisladores da oposição apresentaram uma moção de destituição contra
Yoon, que necessita do apoio de dois terços do parlamento para ser
aprovada, bem como de seis juízes constitucionais. A moção pode ser
colocado a votação já na sexta-feira, segundo a agência de notícias
Yonhap.O ministro da Defesa sul-coreano, Kim Yong-hyun, pediu hoje desculpa ao país e apresentou a demissão.Até
ao momento, pelo menos 10 conselheiros do Presidente demitiram-se,
incluindo o seu chefe de gabinete presidencial, Chung Jin-suk, segundo a
agência de notícias sul-coreana Yonhap. O conselheiro de segurança
nacional, Shin Won-sik, e o chefe do gabinete presidencial para as
políticas, Sung Tae-yoon, também apresentaram as suas demissões.