Autor: AO/Lusa
Acenando com bandeiras brancas, os manifestantes pró-vida de todas as idades manifestaram-se pelo centro de Madrid e, entre as várias palavras de ordem, gritavam “Todas as vidas importam!”.
O primeiro-ministro, Mariano Rajoy, prometeu antes das eleições de 2011 que iria restringir a lei do aborto em Espanha, mas abandonou o plano em setembro do ano passado, devido à discordância dentro do seu próprio partido (Partido Popular/PP).
Esta reforma teria terminado com o direito da mulher de optar livremente por um aborto até 14 semanas de gravidez, o que é padrão em grande parte da Europa.
O Governo espanhol, no mês passado, propôs uma nova reforma, obrigando as jovens entre os 16 e 17 anos a terem o consentimento dos pais para abortar.
Nem mesmo esta proposta conseguiu pacificar os ativistas pró-vida, que alegaram que esta proposição não é suficiente.
“Eu votei no PP porque incluía a defesa do direito à vida no seu programa eleitoral", disse um manifestante, Francisco de Castro, de 40 anos, de Valência.
"Agora, percebemos que não estão a defender a vida. Por essa razão, perderam o meu voto", acrescentou.
O PP chegou ao poder com uma vitória esmagadora sobre os socialistas (PSOE) nas eleições de 2011, no auge da crise económica, mas o panorama eleitoral da Espanha está a transformar-se desde então.
Partidos alternativos como o PODEMOS, de esquerda, e os Cidadãos, de direita, estão a crescer nas pesquisas de opinião, retirando votos ao PP e aos socialistas.