Milhares de docentes e investigadores de fora do diploma que prolonga contratos
19 de ago. de 2020, 09:28
— Lusa/AO Online
Na semana passada foi publicado um diploma que
veio suspender os prazos de caducidade dos contratos de trabalho nas
instituições de ciências, tecnologia e ensino superior e prolongá-los
por mais 90 dias.A luta pela prorrogação
destes contratos não é de agora, mas só no final de julho foi aprovado
no parlamento o projeto de lei publicado agora em Diário da República
que reconhece esse direito.No entanto, o
presidente do SNESup, Gonçalo Leite Velho, explicou que o diploma só se
aplica aos contratos atualmente em vigor: “Os milhares de pessoas cujos
contratos terminaram em julho já não estão abrangidos”, alertou em
declarações à Lusa.Segundo contas
sindicais, no total há mais de dez mil docentes cujos contratos terminam
entre julho e agosto assim como milhares de investigadores e bolseiros.No
caso dos docentes, o contrato terminou mas o trabalho não, já que a
pandemia de covid-19 fez com os prazos habituais do ano letivo fossem
atrasados, como aconteceu, por exemplo, com as datas dos exames.Na
mesma situação estão milhares de investigadores e bolseiros, cujo
trabalho esteve temporariamente suspenso devido à pandemia que obrigou
ao teletrabalho: “Houve trabalho de laboratório e académico que passou
para setembro”, sublinhou Gonçalo Leite Velho.O
SNESup exige que a situação destes trabalhadores seja resolvida e
critica as instituições que, reiteradamente, têm pedido mais trabalho
por menos salário. “Não é justo que sejam os mais precários e frágeis a
pagar a crise”, lamentou.