Mike Pompeo refere-se a “ato de guerra” do Irão após ataques na Arábia Saudita
18 de set. de 2019, 19:01
— Lusa/AO online
“Foi um ataque iraniano”, declarou aos
media o chefe da diplomacia norte-americana, afirmando que tem “as
impressões digitais” do ayatollah Ali Khamenei, o guia supremo iraniano.
Pompeo foi recebido na cidade costeira de
Yeda pelo chefe da diplomacia saudita, Ibrahim al Asaf, e tem previstos
encontros com os principais dirigentes do reino para abordar os
ataques, que afetaram o preço do petróleo nos mercados mundiais e
aumentaram a tensão na região do golfo Pérsico. Quase
em simultâneo, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres,
anunciava em Nova Iorque o envio de uma equipa de peritos à Arábia
Saudita para conduzir um inquérito internacional sobre os ataques de
sábado. Riade e Washington têm denunciado o
envolvimento do Irão nestes ataques e o Presidente norte-americano,
Donald Trump, anunciou um reforço das sanções económicas contra Teerão. Em
paralelo, a Arábia Saudita declarou hoje que os ataques de sábado
contra duas instalações petrolíferas foram provenientes “do norte” – e
não desde o sul, apesar de terem sido reivindicados pelos Huthis
iemenitas – e que foram “incontestavelmente” patrocinados pelo Irão, ao
precisar que o reino ainda tenta determinar o “local exato” do
lançamento. “O ataque foi lançado desde o
norte e foi incontestavelmente patrocinado pelo Irão”, declarou o
porta-voz do ministério da Defesa, Turki al-Maliki, no decurso de uma
sessão onde foram apresentados fragmentos de “drones” e de “mísseis de
cruzeiro”. O mesmo responsável assegurou ainda que os ataques foram efetuados com “18 drones e sete mísseis de cruzeiro iranianos”. “Estamos
a trabalhar para conhecer exatamente o ponto de lançamento dos drones e
mísseis, temos várias formas de identificar esse ponto, mas não podemos
fornecer mais informações” de momento, concluiu o porta-voz.O
Irão tem desmentido as acusações, e já prometeu uma resposta
“arrasadora” face a uma eventual intervenção militar dos Estados Unidos.
Na terça-feira, Riade anunciou que se vai
unir à coligação naval que os EUA tentam impulsionar no golfo Pérsico e
justificada para garantir a segurança marítima no estreito de Ormuz,
decisivo para o transporte de crude.