Migrantes que estavam no barco Sea Watch 3 desembarcam na Catânia
31 de jan. de 2019, 13:44
— Lusa/AO Online
Escoltado
por meia dúzia de navios da Guarda Costeira e barcos de patrulha da
polícia, o navio de bandeira holandesa atracou pouco depois das 10h20
(horário local) no porto de Catânia, onde tendas da
Cruz Vermelha estavam a ser erguidas para a receção dos migrantes.A
chegada, prevista para a última noite, foi adiada devido a problemas na
âncora do navio Sea Watch 3, que estava ancorado desde sexta-feira ao
largo de Siracusa.Embora
a ONG tenha defendido com veemência o desembarque de migrantes na
Itália, não teve pressa em mandar o navio para lá, devido às repetidas
ameaças do ministro do Interior italiano, Matteo Salvini, contrário ao
acolhimento de migrantes."Longe
de ser um refúgio, a Catânia é uma cidade cujo procurador é conhecido
pelas suas posições contrárias às ONG", disse a Sea-Watch numa mensagem
publicada na rede social Twitter, dizendo que a escolha deste porto foi
"um gesto político"."Esperamos o melhor e preparamo-nos para o pior”, referiu a ONG alemã na mesma mensagem.Na
quarta-feira, o chefe do Governo italiano, Giuseppe Conte, anunciou um
acordo com seis outros países europeus - França, Portugal, Alemanha,
Malta, Luxemburgo e Roménia - para a realocação os 47 migrantes.Não
ficou claro se a própria Itália irá receber alguns dos migrantes. O
primeiro-ministro italiano sugeriu que sim, mas Salvini não confirmou se
irão receber alguns destes migrantes.Durante
meses, diplomatas europeus e ativistas humanitários vêm exigindo um
mecanismo permanente para a distribuição de migrantes resgatados no mar,
para poupá-los de intermináveis negociações caso a caso.Entretanto,
os casos podem tornar-se cada vez mais raros com o bloqueio progressivo
de embarcações humanitárias privadas, como o Aquarius da ONG SOS
Méditerranée e Médicos sem Fronteiras (MSF) ou o Open Arms da ONG
espanhola Proactiva Open Arms.