Michel Platini detido pelas autoridades francesas por suspeita de corrupção
18 de jun. de 2019, 11:52
— Lusa/AO Online
A AFP
confirmou a informação publicada inicialmente pelo jornal digital
Mediapart, segundo a qual Platini está a ser ouvido pelas autoridades
policiais em Nanterre, nos arredores de Paris.Na
base das suspeitas está uma investigação realizada em 2016 pelas
autoridades francesas responsáveis pela investigação de crimes
financeiros, com o objetivo de determinar a possível interferência dos
poderes político e desportivo franceses na atribuição do Mundial de 2022
ao Qatar.Em causa estão crimes de corrupção, associação criminosa e tráfico de influências.A
investigação centra-se numa reunião, realizada em 23 de novembro de
2010, entre o então presidente francês Nicolas Sarkozy e o príncipe
herdeiro do Qatar e atual emir, Tamim bin Hamada al-Thani, na qual
também participou Platini, à data presidente da UEFA e vice-presidente
da FIFA.O encontro contou ainda com a
presença de Claude Guéant, chefe de gabinete de Sarkozy, que também é
suspeito e já foi ouvido, sem ter sido detido, e Sophie Dion,
conselheira do então presidente francês, que, de acordo com o jornal Le
Monde, também foi detida.A polémica
escolha do Qatar, que abalou a estrutura diretiva da FIFA, foi anunciada
em 02 de dezembro de 2010, derrotando as candidaturas dos Estados
Unidos, Coreia do Sul, Japão e Austrália. Em
outubro de 2015, Joseph Blatter, que tinha sido obrigado a demitir-se
da presidência da FIFA meses antes, tornou público um alegado “acordo de
cavalheiros”, que previa a atribuição da organização do Mundial de 2018
à Rússia - que se verificou -, e do de 2022 aos Estados Unidos, que
acabou por não acontecer.Segundo o suíço, o plano fracassou devido “à interferência governamental de Sarkozy”, que refutou as acusações.Platini
tinha sido suspenso de todas as atividades ligadas ao futebol em maio
de 2016, na sequência escândalo motivado pelo recebimento de 1,8 milhões
de euros em 2011, por alegado trabalho de consultadoria, sem contrato
escrito, pedido por Joseph Blatter, que era presidente da FIFA naquela
data.O ex-futebolista internacional
francês, de 63 anos, assumiu a presidência da UEFA em 2007 e demitiu-se
em maio de 2016, depois de o Tribunal Arbitral do Desporto (TAS) ter
decidido o seu afastamento por quatro anos de todas as atividades
ligadas ao futebol.