México registou mais de 25 mil homicídios ligados ao tráfico de droga em 2017
21 de jan. de 2018, 15:56
— LUSA/AO Online
O secretariado
para a Segurança, do Ministério do Interior do México, publicou no
sábado as estatísticas de dezembro, que elevaram a 2.219 o número de
homicídios, perfazendo um total de 25.339 assassínios ao longo de 2017. A
violência ligada ao tráfico de droga fez mais de 200.000 mortos desde
dezembro de 2006, quando as autoridades federais mexicanas lançaram uma
operação militar controversa contra o tráfico de droga e que, segundo os
críticos, apenas contribuiu para aumentar os ataques e os homicídios. As
mortes ocorreram nos estados com presença de cartéis de droga, como o
de Guerrero, no sul, ou o de Veracruz, no leste, dizem os especialistas. Em
2017, os estados que até há pouco tempo tinham sido poupados à
violência, como a Baixa Califórina, Colima (nordeste) ou Guanajuato
(centro), começaram a ser afetados por ataques criminosos, segundo as
mesmas estatísticas oficiais. O número de homicídios recuara para menos de 20.000 entre 2013 e 2015, mas voltou a subir para 20.545 em 2016. Os
especialistas atribuem este recrudescimento ao aparecimento de
numerosas células criminais autónomas após a captura de responsáveis de
cartéis de droga. Os
peritos referem também uma diversificação das atividades dos grupos
criminosos, que traficam combustível roubado, extorquem comerciantes e
entram mesmo no tráfico de seres humanos. Neste
contexto, o Partido Revolucionário Institucional (PRI), no poder no
México, fez aprovar no Congresso uma lei muito contestada sobre
segurança. Segundo
a oposição, esta lei poderá contribuir para a militarização do país,
apesar de a estratégia militar da luta contra a droga não ter alcançado
os resultados esperados. O Supremo Tribunal já recebeu uma queixa sobre a alegada inconstitucionalidade desta lei.