México pede à Google que corrija renomeação do Golfo do México
31 de jan. de 2025, 12:42
— Lusa/AO Online
A carta do Ministério dos
Negócios Estrangeiros do México, que Claudia Sheinbaum leu na sua
conferência matinal, refere que “o nome Golfo do México não obedece a
uma imposição de uma única fonte governamental, como erradamente sugere o
Google”.“Pelo contrário, é um nome aceite
e historicamente registado, que, além de constituir um costume
internacional, está legalmente registado nos índices da Organização
Hidrográfica Internacional (OHI), da qual fazem parte tanto o México
como os Estados Unidos”, disse.O governo
mexicano enviou esta carta para apresentar as suas reivindicações após a
decisão do Google, que explicou na terça-feira na rede social X que
renomeou o Golfo nos seus mapas para os Estados Unidos com o argumento
de que é o nome oficial atual dessa área nesse país.Mas
o principal argumento de Sheinbaum é que a ordem assinada por Trump no
seu primeiro dia de mandato, a 20 de janeiro, se aplica à plataforma
continental do Golfo nos Estados Unidos, mas não à massa de água
internacional.A Presidente indicou que o
direito internacional estabelece 12 milhas náuticas de soberania do
Estado a partir da linha da costa, de modo que “se um país quiser mudar o
nome de algo no mar seria apenas para as 12 milhas náuticas, não pode
ser para o resto, neste caso, do Golfo do México”.“É
fundamental que se saiba que, tendo em conta que o Golfo do México
abrange áreas marinhas de três países, México, Cuba e Estados Unidos, o
caso do decreto só poderia corresponder às 12 milhas náuticas a partir
das costas dos Estados Unidos”, observou.Sheinbaum
lembrou que nos mapas do século XVII, que já faziam referência ao Golfo
do México, o atual território dos Estados Unidos e do Canadá também era
chamado de “América Mexicana”, razão pela qual ela também brincou com a
possibilidade de pedir ao Google essa mudança.“No
final, pedimos ao Google que mostrasse o mapa que apresentámos em
tempos no motor de busca quando se escreve América Mexicana”, disse.Na
rede social X, a Google anunciou terça-feira ter renomeado o Golfo nos
seus mapas para os Estados Unidos, argumentando que é o atual nome
oficial da zona de acordo com Washington.Uma
das primeiras decisões de Donald Trump após ter tomado posse do cargo
de Presidente, a 20 de janeiro, foi mudar o nome do Golfo do México para
'Golfo da América' e eliminar o nome indígena que o seu antecessor
Barack Obama deu à montanha mais alta do país, a Denalim, no Alaska.Trump
justificou a decisão com a vontade de restaurar o nome antigo da
montanha, que homenageava o Presidente William McKinley (1897-1901),
admirado pelo atual chefe de Estado pelo seu uso das tarifas como
ferramenta política e pelo seu historial colonialista.