No dia em que começa o
prolongamento da interrupção letiva de Natal, decidido pelo Governo para
tentar conter o aumento de novos casos diários de Covid-19, a Federação
Nacional dos Professores defendeu que um novo adiamento “seria o
reconhecimento do fracasso das decisões e medidas do Governo
relativamente às escolas”. Para a Fenprof
este “fracasso” é resultado de, pelo menos, duas medidas que o Governo
não pôs em prática apesar de ser reivindicado pela federação: a testagem
generalizada e regular nas escolas e a integração dos trabalhadores das
escolas no grupo prioritário de vacinação contra a Covid-19.Sobre
a vacinação dos professores, segundo contas da Fenprof, cerca de metade
continua a aguardar para ser chamada para a dose de reforço: “Por força
do envelhecimento da profissão docente, cerca de metade dos professores
e educadores poderá já ter sido vacinada ou agendado a vacinação,
porém, todos os outros continuam a aguardar”.A
Fenprof volta por isso a reivindicar que professores e restantes
trabalhadores das escolas sejam chamados para a vacinação antes do
início das aulas, que está marcado para 10 de janeiro.Os
professores, “em nome da segurança que lhes é devida, assim como às
suas famílias, e no sentido de garantir que o ensino se manterá
presencial, exigem ser chamados à vacinação, os que a aguardam, ainda
antes do retorno às aulas, tendo em conta, até, que as pessoas mais
idosas e/ou com comorbidades já foram vacinadas”, defende a Fenprof em
comunicado enviado para as redações. A
Fenprof acusa ainda o ministério de Educação de continuar a “ocultar
informações” sobre o impacto da Covid-19 na comunidade escolar, tais
como o número de pessoas infetadas ou os casos de isolamento, lembrando
que "o ano 2021 encerrou com a notícia de que 2/3 dos cerca de 600
surtos de Covid-19 em Portugal aconteciam em escolas”.A
Fenprof criticou ainda a “falta de uma estratégia clara para a
vacinação generalizada dos jovens e crianças”, que tem levado a uma
“fraca taxa de vacinação das crianças”.A
Fenprof aponta o dedo aos governantes e autoridades de saúde pública
para a baixa taxa de vacinação, lembrando que “ainda há um ano, repetiam
que a covid-19 não era um problema naquelas idades e que as escolas
eram um lugar seguro e não promotor de contágio” e que agora “neste seu
ziguezaguear oratório, vêm afirmar o contrário, sendo natural que esta e
outras contradições não beneficiem o interesse maior de saúde pública,
gerando dúvidas nos pais”.O Governo já anunciou que só a 5 de janeiro, depois de uma
nova análise da situação epidemiológica do país, será possível reavaliar
as medidas e saber se as aulas presenciais serão retomadas a 10 de
janeiro.