Metade dos concelhos de São Miguel com medida de alto risco
27 de mai. de 2021, 17:05
— Lusa/AO online
“Até agora havia a previsão legal de
que com determinado número de concelhos num determinado nível de
risco havia uma consequência nas medidas a aplicar na ilha. Deixa de
haver esta repercussão na ilha”, referiu hoje, em conferência de
imprensa, o secretário regional da Saúde e Desporto dos Açores, Clélio
Meneses.Com 308 novos casos por 100 mil
habitantes, nos últimos sete dias, o concelho da Ribeira Grande junta-se
esta semana a Nordeste (223 casos por 100 mil habitantes) e Vila Franca
Campo (178 casos por 100 mil habitantes) na lista de concelhos em alto
risco de transmissão, o nível mais elevado de cinco.O
executivo açoriano determinava antes que sempre que 50% dos concelhos
de uma ilha com transmissão comunitária identificada estivessem em alto
risco, os restantes ficariam sujeitos às mesmas medidas de contenção,
independentemente dos números que apresentassem.Com
a alteração desta regra, Ponta Delgada, que na semana passada estava em
muito baixo risco, passa a ficar sujeita a medidas de médio risco, a
Lagoa passa de muito baixo para baixo risco e a Povoação desce de baixo
risco para muito baixo risco, nível em que se encontram também os
restantes concelhos dos Açores.Já a vila
de Rabo de Peixe, no concelho da Ribeira Grande, vai manter medidas de
restrição superiores às previstas no nível de alto risco.Entre
21 e 27 de maio, os Açores contabilizaram 188 novos casos de infeção
por SARS-CoV-2, que provoca a doença covid-19, mais 35 casos do que na
semana anterior, a maioria registada na ilha de São Miguel.O
secretário regional da Saúde justificou, no entanto, a decisão de não
aplicar medidas restritivas em toda a ilha com o aumento da vacinação
contra a covid-19.“Até agora garantimos a
proteção das pessoas através de um conjunto amplo, profundo e intenso de
medidas que no tempo e no lugar conseguiram conter a pandemia. Não
seria aceitável, ou sequer percetível, que essas medidas se mantivessem
tal qual foram determinadas em janeiro, com o aumento da outra forma
pela qual todos anseiam que é a vacinação”, salientou.Segundo
o governante, foram já administradas nos Açores 122.717 doses de
vacinas contra a covid-19 a 79.081 pessoas (32,1%), das quais 43.636 com
duas doses (17,7%)."Já estão vacinados
com pelo menos uma dose os açorianos com 60 ou mais anos de idade.
Estamos a vacinar o escalão etário entre os 55 e os 60 anos de idade e
as patologias com menos de 55 anos de idade. Temos um processo que está a
avançar de forma intensa", apontou.Clélio
Meneses apelou, ainda assim, ao cumprimento das regras de contenção da
pandemia, como o uso de máscara, o distanciamento social, a higienização
das mãos ou a comunicação de sintomas.“Mantemos
medidas restritivas para assegurar a defesa da saúde e das vidas.
Verifica-se nesta semana um aumento do número de casos. A situação
merece, por isso, atenção. A pandemia está ainda aí. Há casos, há
internamentos, há mortes. É preciso, por isso, cumprir regras”, frisou.As
medidas hoje anunciadas, que serão aplicadas a partir das 00:00 de
sábado, vão vigorar durante duas semanas, e não durante uma, como
habitualmente, mas se o número de novos casos diminuir a Autoridade de
Saúde Regional poderá “determinar a diminuição dos níveis de risco”.Os
Açores têm atualmente 285 casos ativos de infeção pelo novo coronavírus
que provoca a doença covid-19, dos quais 279 em São Miguel, dois no
Pico, um na Terceira, um no Faial, um nas Flores e um em São Jorge.Desde
o início da pandemia foram diagnosticados na região 5.467 casos de
infeção, tendo ocorrido 5.020 recuperações e 33 mortes. Saíram do
arquipélago sem terem sido dadas como curadas 79 pessoas e 50
apresentaram comprovativo de cura anterior.A
avaliação do nível de risco nos Açores tem por base um modelo alemão,
de semáforos, e é calculado em função do número de novos casos de
covid-19 por 100 mil habitantes num período de sete dias.Existem
cinco níveis de risco: muito baixo (menos de 25 casos por 100 mil
habitantes), baixo (entre 25 e 49 casos por 100 mil habitantes), médio
(entre 50 e 74 casos por 100 mil habitantes), médio alto (entre 75 e 99
casos por 100 mil habitantes) e alto (mais de 100 casos por 100 mil
habitantes).