Mesa Nacional do BE decide voto na generalidade em 25 de outubro
OE2021
14 de out. de 2020, 11:36
— Lusa/AO Online
Segundo o comunicado da Comissão
Política, que se reuniu na terça-feira à noite, “as negociações entre o
Bloco de Esquerda e o governo com vista ao OE2021 não foram,
infelizmente, bem-sucedidas até hoje”, reiterando que as preocupações
essenciais dos bloquistas “não têm resposta” na proposta que o Governo
entregou no parlamento.“A decisão sobre o
voto do Bloco de Esquerda na votação da generalidade do OE2021 será
tomada pela Mesa Nacional, que fica convocada para 25 de outubro de
2020”, anuncia o mesmo órgão do partido.Com a votação na generalidade do OE2021 agendada para dia 28 de outubro, a decisão do BE será conhecida apenas três dias antes.No
comunicado, os bloquistas referem ainda que o OE2021 “não é comparável a
anteriores orçamentos”, uma vez que a resposta à crise “exige medidas
efetivas e de impacto imediato e é incompatível com medidas meramente
simbólicas ou anúncios sem real repercussão”.“O
Bloco de Esquerda não fecha portas à negociação e reafirma as suas
propostas para travar a vaga de despedimentos, apoiar as vítimas da
crise evitando que fiquem em situação de pobreza, reforçar efetivamente o
Serviço Nacional de Saúde e impedir nova injeção pública no Novo
Banco”, reitera a Comissão Política.Na
terça-feira, o BE sublinhou que as divergências sobre o Orçamento do
Estado para 2021 não são sobre detalhes, "mantendo a porta aberta" para
que o PS reconsidere em quatro matérias, sem as quais não tem condições
para viabilizar o documento.Numa reação
preliminar à proposta do Governo do OE2021, a deputada do BE Mariana
Mortágua começou por salientar que "não existem grandes surpresas" face
àquilo que já se conhecia quando a coordenadora do BE, Catarina Martins,
afirmou, na segunda-feira, que, com o que se conhecia naquele momento, o
partido não tinha condições para viabilizar o orçamento."As
divergências que neste momento existem não são diferenças de detalhe,
são diferenças do centro da resposta à crise", explicou a deputada
bloquista, fazendo questão de começar por sublinhar o porquê de este
orçamento ser diferente dos anteriores.Apesar
desta posição crítica, o BE, segundo Mariana Mortágua, "mantém a porta
aberta" à negociação para o caso de o governo "mudar a sua posição" em
quatro temas essenciais para o partido, que são travar a vaga de
despedimentos, proteger o Serviço Nacional de Saúde, impedir mais
recursos para o Novo Banco sem uma auditoria e retirar as pessoas da
pobreza com uma prestação social que responda."Mantemos
a porta aberta para que, se o PS quiser, reconsiderar acerca destas
medidas que conhece há meses", salientou, deixando então claro que o
espaço para reconsiderar existe até à votação na generalidade do OE2021.Sem
este conjunto de quatro matérias essenciais, a deputada do BE recordou
as palavras de Catarina Martins e deixou claro que o partido "não terá
condições de viabilizar esse orçamento".